sábado, 23 de março de 2024

Ser gay na África em 2024

  


bandeira do arco-îris da África do Sul
"Cercada por países avessos aos direitos gays, a África do Sul tornou-se o refúgio para muitos homossexuais africanos. Com uma Constituição que reconhece o casamento gay, pune a discriminação e protege o direito dos refugiados, o país é o destino mais procurado pelos chamados "asilados sexuais" do continente. Mas apesar da legislação liberal, os gays ainda sofrem com episíodios de homofobia e com o preconceito contra imigrantes no país""

( texto acima >s
ite BBC NEWS)

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De acordo com informações da Anistia Internacional, a homossexualidade é considerada crime em 38 das 54 nações africanas.
Constituição liberal  da Africa do Sul não evita ataques xenofóbicos,mas 90 %    dos refugiados sexuais não conseguem encontrar emprego fixo no país, tendo como principal razão   a falta de documentação.
 Conseguir status de asilado pode levar mais de quatro anos O  Departamento de Assuntos Internos da África do Sul  informa  estar revendo seus procedimentos e tomando medidas para processar os pedidos de asilo, de forma mais "eficiente e justa".
 A realidade de quem foge:
"Entre morte e prisão, viver com preconceito acaba se tornando o menor dos males"
  

 


 

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Em 2006, a  Associação Francesa de Sociologia publicou um ensaio de Charles Gueboguo sobre "Sexualidade na África ontem e hoje".


Disponibilizo para você,leitor (a), o que achei de mais completo sobre este importante assunto:

 https://journals.openedition.org/socio-logos/37

O texto, em francês, pode ser facilmente traduzido usando  o Google. 

Penso que o foco central da questão, analisado por Gueboguo, perderia muito sentido se eu tivesse  decidido levá-lo até você usando qualquer tipo de compilação :

https://translate.google.co

domingo, 17 de março de 2024

A escultura MagicoErótica de Chico Tabibuia -35 anos da exposição na UERJ (que estou reestruturando)

 



Chico Tabibuia 
Exu 1996


Francisco Moraes da Silva  

* 20/10/1936 (Silva 

Jardim,RJ) 

 +13/5/2007 ( Casimiro de 

Abreu,RJ)




A partir de 1981, Chico

 participou de mais de 20

exposições antológicas no exterior

Sua obra consta dos 

principais 

museus de arte popular do país.

 
Em 1982, realizou sua primeira 

mostra individual de esculturas em madeira, no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.

Em abril de 1989,foi tema de  
grande exposição,organizada pelo Departa
mento Cultural da UERJ,Universidade do Estado do Rio 
de Janeiro.





quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Leonard Bernstein.

 

Cinebiografia de Leonard Bernstein, Maestro, indicado a 7 categorias no Oscar 2024, é estrelada  e dirigida por Bradley Cooper.

A cerimônia acontecerá em 10 de março próximo.

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Maestro americano (entre os maestros mais importantes de sua época),compositor, pianista, educador musical, autor e  benfeitor.






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  Trecho de West Side Story,com regência do próprio Bernstein.A canção transformou a história dos musicais da Broadway.

clique aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=srb2EyvTSGw


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Leonard Bernstein nasceu em 25 de agosto de 1918, em Lawrence, Massachusetts, com o nome de batismo  Louis,para agradar a avó

Mas sempre foi chamado de Leonard.

Aos 16 anos ,oficialmente ,adotou esse nome.

 Era filho de Samuel e Jennie Bernstein, casal de imigrantes vindo da Ucrânia.

O pai, assim que chegou aos Estados Unidos, começou a trabalhar como limpador de peixes. 

Este pai prosperou,mudou de ramo e ,de vendedor de perucas, passou a ser um próspero distribuidor de produtos de beleza.

 Leonard aprendeu que sucesso nos negócios era fundamental e que música, arte e cultura eram ocupações menores.

Foi uma  criança tímida e doente e se apaixonou pela música depois que uma  tia deu para a família  um piano vertical ,velho e desgastado pelo tempo.


 INFLUÊNCIAS

Juventude

Durante seus estudos, Leonard Bernstein conheceu Dimitri Mitropoulos, que despertou nele o desejo de se dedicar à regência e Aaron Copland que despertou a atração por compor e divulgar a música americana.

Mais tarde, durante as aulas de verão (em 1940 e 1941) em Tanglewood, foi Serge Koussevitzki quem deixou a sua marca no jovem talentoso. Ele identifica seu potencial e o contrata como assistente.

Bernstein também é fascinado por Gustav Mahler (1860-1911) de origem judaica, que como ele, foi compositor, pianista e maestro. 


SURPRESAS DO ACASO

Em 1943, Leonard Bernstein tornou-se regente assistente da Filarmônica de Nova York.

 Uma surpresa do acaso acelerou o início da carreira : ele teve que substituir Bruno Walter em cima da hora, durante um show transmitido pela rádio, sem ensaio. 

Bernstein foi excepcional naquela noite e, dia seguinte, aos 25 anos, tornou-se celebridade em todo o país


A partir daí, aconteceu a mais brilhante das carreiras de maestro do século XX.


O INTÉRPRETE

Bernstein  trabalha na América, Europa e Ásia,regendo música dos seus contemporâneos ao mesmo tempo em que revisita os grandes autores, do barroco à música do século XX. 

Primeiro maestro americano a se tornar diretor da Filarmônica de Nova York, foi convidado para o La Scala de Milão.

Como pianista, atua como solista e em música de câmara. 

Deixou mais de 400 gravações e inúmeros vídeos. 

ENGAJAMENTO


Músico engajado,preocupado com os problemas sociais do seu tempo, esteve presente em momentos históricos, como a celebração da queda do Muro de Berlim, quado regeu a Sinfonia nº 9 de Beethoven em cada lado do muro.

Desaprovou abertamente a guerra lançada pelos Estados Unidos no Vietnam, apoiou a integração das minorias e o movimento pelos direitos civis. 

Em 1970, causou escândalo ao organizar com sua esposa Felicia uma noite de apoio à Pantera Negra, uma organização política afro-americana.


O COMPOSITOR

Musicais, sinfonias, balés, música de câmara, música sacra, melodias, obras para piano, maestro e professor, Leonard Bernstein ,se destaca em todos estes gêneros. 

Lida com diversos estilos com facilidade - jazz, pop, música clássica, popular, folclore, coral religioso - que mistura em músicas representativas da América do século XX,


 

Compôs a trilha de "West Side Story", "Amor, sublime amor".no Brasil, filme  ganhador do Oscar em 1962, com 29 vitóriais e 11 indicações  em festivais ao redor do mundo.

VIDA AFETIVA

maestro e a atriz costarriquenha Felicia Montealegre   se conheceram durante uma festa em 1946, três anos depois dele ter sido convidado para reger a Filarmônica de Nova York.Ambos em início de carreira.

Em 1951, casaram-se  e  tiveram três filhos, Jamie, Alexander e Nina. 

Foi uma relação turbulenta,repleta de traições, principalmente com homens.

Ele a deixou em 1976 para viver sua homossexualidade, depois voltou para o antigo lar para cuidar dela durante o câncer que a acometeu, até a morte, em 16 de junho de 1978.

Trecho de uma carta de Felicia,mulher admirável:

Felicia

"Você não admite a possibilidade de uma vida dupla, mas se a sua paz de espírito, a sua saúde, todo o seu sistema nervoso dependem de um determinado padrão sexual, o que você pode fazer?... Estou disposta a aceitá-lo como você é, sem ser mártir... vamos tentar ver o que acontece se você for livre para fazer o que quiser, mas sem culpa e confissão." 

TEMPOS FINAIS

Sua última apresentação pública foi em Tanglewood, dia 19 de agosto de 1990 com a Orquestra  Sinfônica de Boston, numa performance de "Four Sea Interludes" de Benjamin  Britten e da Sétima Sinfonia de Beethoven


Bernstein fumou muito por um longo período de tempo, e por isso ,teve enfisema desde a metade da década de 1950.

Morreu de infarto agudo do miocárdio causado por um mesotelioma, cinco dias depois de se aposentar,em 14 de outubro de 1990, aos 72 anos,em Nova York.

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sábado, 24 de fevereiro de 2024

Caetano Veloso ,La mer e minibio de Charles Trenet


 


Caetano Veloso, lançou na
 sexta-feira (23) ,uma regravação de “La Mer“,grande clássico da música francesa, composto em 1943,por Charles Trenet .

clique abaixo:

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“Quem veio ao meu show está dispensado de ir a meu enterro”,disse-brincando- Charles Trenet, pouco antes de morrer em sua última apresentação na sala Pleyel, em abril de 2000.

Vítima de preconceito por assumir abertamente sua homossexualidade e obrigado a provar que não era judeu na França ocupada pelos alemães, Trenet produziu uma série de hits.


Um deles - Douce France - virou hino da Resistência, durante a ocupação nazista.


Cantor, compositor, letrista de cerca de mil canções, artista plástico, poeta, escritor revolucionou a música francesa nos anos 40 com seus versos inspirados e estética semelhante aos poemas de Paul Éluard e Jacques Prévert.

Por sua vez, influenciou compositores e intérpretes que lhe sucederam, como Charles Aznavour, Jacques Brel e George Brassens.

Infância solitária


Louis-Charles-Augustin-Claude Trenet nasceu em Narbonne, em 18 de maio de 1913, filho do tabelião Lucien, um melômano que orientou os filhos no caminho da música, e de Marie Louise.Teve um irmão mais novo, Antoine.

A mãe abandonou a família quando Charles tinha 7 anos para seguir o famoso cenarista e diretor de cinema Benno Vigny

En 1922, morando em Perpignan, onde cresceu, Charles é mandado para um internato em Beziers onde tem sofrimentos psicológicos intensos. Convalescendo de uma fere tifóide, volta para casa, quando emerge sua sensibilidade artística ( modelagem, música e pintura). .

Experiência Alemã 


Aos 15 anos, vai para Berlim viver com a mãe e o segundo marido, Benno Vigny, que lhe oferece a possibilidade de frequentar uma escola de arte, onde passa a circular entre as celebridades do cinema alemão.
En 1930, volta à França e, com a permissão do pai, entra para a Ecole des Arts Décoratifs.

Terminado o curso, trabalha como assistente de direção e acessorista nos estúdios cinematográficos franceses. Ali conhece Antonin Artaud, Jean Cocteau e Max Jacob e tem seus primeiros poemas e livros editados. Benno Vigny volta a Paris com Marie-Louise, para rodar um filme musical.


Para trabalhar na equipe como compositor das quatro canções que faziam parte do roteiro, Charles se matricula e passa no exame da SACEM (espécie de sindicato francês de músicos, compositores e editores)


Charles e Johnny
En 1933, conhece um jovem pianista, Johnny Hess, com quem forma o duo. "Charles et Johnny".
A dupla compõe jingles publicitários para rádio e faz muito sucesso  mesclando música francesa tradicional com as tendências modernas.

Charles escreve, Johnny compõe.

A parceria rende 16 títulos e um contrato com a gravadora Disques Pathé.
O duo acaba com a chegada do serviço militar obrigatório para os dois artistas mas, antes de partir, deixam para Jean Sablon gravar uma canção feita em cinco minutos - letra rabiscada num guardanapo de papel - a obra-prima Vous qui passez sans me voir .

Nasce o showman


Maurice Chevalier, impressionado com a popularidade de Trenet decidiu colocar em seu repertório uma canção que achava “meio sem pé nem cabeça”. “Y'a d'la Joie”, sucesso estrondoso e imediato nos vaudevilles de Paris. Yves Montand inclui canções do jovem compositor em seu repertório

A grande visibilidade leva Trenet a interpretar suas próprias cancões e, para isso, cria um visual original usando sua experiência de artista plástico: aba do chapéu arredondada como uma auréola (para disfarçar o rosto redondo), terno vermelho e sorriso constante iluminado pelos olho azuis:um showman de primeira qualidade.


Glória Nacional

Durante a segunda guerra mundial, mesmo sendo um homem marcado pelas suas preferências sexuais e pela amizade com artistas judeus, Charles Trenet resolve continuar na França.

Suas canções, verdadeiros hinos à liberdade, são censuradas pelo governo de Vichy.


Douce France” torna-se o hino da Resistência.

A imprensa colaboracionista sugeriu que o sobrenome Trenet seria um anagrama de Netter e ele teve que provar que em quatro gerações de sua família não havia nenhum judeu.

Em 1943, em um trem para Perpignan, Trenet compõe La Mer, que ficou 3 anos nas paradas. Ferido por membros da Gestapo durante um interrogatório, torna-se uma glória francesa.


Fama mundial, traição doméstica


Terminada a guerra, Charles Trenet parte para conquistar os Estados Unidos, onde se torna amigo de George Gershwin, de Duke Ellington, de Louis Armstrong, e de Chaplin.

E ,em seguida ,veio o resto do mundo.
Esteve várias vezes no Brasil entre 1947 e 1955, onde sua popularidade era imensa.

O sucesso durou até os anos 60, quando a febre do rockn’roll alcançou a França dando lugar a Johnny Holliday, Richard Anthony et Françoise Hardy.

Em 1963, foi vítima de uma armação, encenada pelo ex cozinheiro-motorista – secretário que o acusava de recrutar jovens efebos para partcipar de festinhas íntimas.


Ficou preso para averiguacões por um mês e, depois do julgamento, foi condenado a um ano de prisão e multa de dez mil francos, sendo  beneficiado com sursis.

Durante a estadia na prisão escreveu uma prece para os prisioneiros e uma canção para o carcereiro.

Em 1977, a morte da mãe, com quem mantinha forte ligacão, o deixou recluso por dez anos.
Esta semi-aposentadoria aconteceu numa mansão do sul da França, onde escreveu muitos romances e um livro de memórias: "Mes jeunes années".

Duplo preconceito


Em 1983, lançado candidato à Academia Francesa, sofreu duplo preconceito : foi impedido por não compor música “cabeça” e por ser homossexual declarado. 

Mas, em contrapartida, recebeu muitas homenagens, como a Légion d'Honneur e o Grand Prix National des Arts et Lettres.

Retomando a carreira em 1987, lançou, dois anos depois, seu último disco sempre com a mesma temática - infância, alegria e amor - e se engajou na campanha de François Mitterrand e Jack Lang, na eleição presidencial de 1988.

Últimas aparições 

Aos 85 ans, em julho de 1998, canta no festival de Nyon, na Suíça, para uma platéia de 20 mil pessoas que fazem coro (por conhecerem de cór) seu repertório legendário.


Depois, na Sala Pleyel,em Paris, o público emocionado também aplaude com emoção o ídolo que se movimenta com muita dificuldade,mas canta com o mesmo entusiasmo dos vinte anos.


Em abril de 2000, o cantor sofre um acidente cardiovascular, se restabelece e comparece à inauguração do pequeno museu instalado na casa natal, em Narbonne.
 

Situado na Avenida Charles Trenet 13, onde objetos, partituras e fotos de seu percurso artístico levam o visitante a conhecer sua vida familiar, evocando em particular a figura da mãe, Marie Louise, que ali viveu muito tempo.


O poeta voou



Charles Trenet desejava morrer como um poeta: “ Eu quero ir voando”, dizia, ao falar da morte.

E assim foi: Charles Trenet voou em paz, durante o sono, na madrugada do domingo 19 de fevereiro de 2001.
Ao saber da morte, o presidente da França, Jacques Chirac, declarou: “Trenet era símbolo de uma França sorridente e criativa, figura muito próxima de cada um de nós” *************************************************
"La Mer", som ambiente de minha infância



"Douce France"

https://www.youtube.com/watch?v=Iit3Kabs7QA



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ISADORA DUNCAN E ELEONORA DUSE.- A amizade virou amor

  Famosas, aclamadas, deusas para seus admiradores, Isadora Duncan - a criadora do ballet moderno e Eleonora Duse - considerada em sua época...