Chico Tabibuia
Francisco Moraes da Silva
* 20/10/1936 (Silva
Jardim,RJ)
+13/5/2007 ( Casimiro de
Abreu,RJ)
A partir de 1981, Chico
participou de mais de 20
exposições antológicas no exterior.
Sua obra consta dos
principais
museus de arte popular do país.
Em 1982, realizou sua primeira
mostra individual de esculturas em madeira, no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro.
Em abril de 1989,foi tema de grande exposição,organizada pelo Departa
mento Cultural da UERJ,Universidade do Estado do Rio
de Janeiro.
Participei da equipe que produziu o evento, sob a supervisão do Professor George Kornis.
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Transcrevo abaixo parte do texto da saudosa Lelia Coelho Frota, museóloga,que também tive a honra de conhecer quando prestava meus serviços ao Museu Histórico Nacional.
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A SALA CHICO TABIBUIA
realiza exposições de obras de
artistas locais, shows de música e
dança, sessões de cinema e contos.
Foi inaugurada
em2009,com exposição de duas das
esculturas do artista de
Silva Jardim, Chico Tabibuia: “
"Exu com quatro cabeças” e
“Mulher”.
Tabibuia viveu e trabalhou em
Cabo Frio.
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Endereço da sala : Rodovia Amaral
Peixoto, km 107, Cabo
FrioTelefone: (22) 98805-3721
(Andrea)
Horário de Funcionamento:
Seg à sex, das 9h às 17h
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Seg à sex, das 9h às 17h
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"Nascido no município de Silva
Jardim, na fazenda Maratuã, Aldeia
Velha, Chico Tabibuia só foi
registrado pelo juiz de Casimiro de
Abreu quando tinha 36 anos de
idade, juntamente com sua mãe.
Na extrema miséria em que se criou,
esclarece o seu biógrafo
e estudioso Paulo Pardal, não havia possibilidade para o registro de nascimento.
Seu pai era um pardo, “neto de
fazendeiro português que teve 40 filhos com escravas”, relatou a Pardal. A mãe, uma cabocla. O avô era carpinteiro, seu bisavô Antônio Anema, também.
Segundo forte tradição africana que reverencia a presença dos antepassados,Tabibuia relatou que seu bisavô Dominguinho Ferreira Neto“foi pegado pelos reis e foi escravo de reis, só libertado quando acabou a escravidão”.
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Com dez anos de idade,
Chico esculpiu seu primeiro “boneco”, já
dotado de pênis.
Aos 11 anos foi guia de cegos, aos
12 foi trabalhar no mato, retirando lenha.
Fez uma casa de farinha para a
mãe, a fim de poderem colher
mandioca para fazer pão, além do
alimento diário de
angu de banana, inhame e sardinha assada.
Após outras errâncias e tentativas de trabalho ali mesmo na região,
Chico resolveu trabalhar sozinho, ‘
tirando tabebuia” por muito tempo,
herdando o apelido dessa árvore,
cuja madeira é usada em tamancos
e lápis.
Por volta do ano de 1970 voltou a
esculpir, com 40 anos de idade.
fez móveis rústicos para as
cidades da região, mas, como não conseguia receber o pagamento devido, estava a ponto de desistir quando o seu encontro com Paulo Pardal, que também tinha casa em Barra de São João, veio infundir novo ânimo no artista.
Paulo se tornou seu principal
colecionador e divulgador. Chico frequentou um terreiro de macumba, onde exerceu a função de ‘cambono”, dos 13 aos 17 anos de idade, levado pela mãe.
Nesse culto a maior das entidades
que baixavam eram exus, em
dezenas de modalidades.
Desses mesmos exus que ele, a
Desses mesmos exus que ele, a
partir de 1986, já na condição de
membro da Assembléia de Deus,
viria a representar com grande frequência, embora não exclusivamente.
Legitimado pela crença pentecostal
para a representação de Exu, já que agora não era mais considerado transgressor, como antes na umbanda, porque livre de interdição do segredo, do mistério que deve cercar esse sobrenatural.
Tabibuia declarou que , ao retratá-
lo, fazia com que ficasse aprisionado na escultura, “ para não fazer mais mal ao povo”, ficando cada vez mais “fugido nas matas”, onde poderia atuar com liberdade.
suas obras e considerava-se
liberado para a sua escultura solene e sagrada do eros.
“Vem dia que tem exu na
cabeça e
Deus no coração (...). Meu estudo
veio do berço e que está
acompanhando são os anjos do céu. Durmo e tem um velho que ensina que é Deus”.
Frederico Moraes reparou na “
criatividade em nível elevado de Tabibuia, que traz um elemento erótico – não pornográfico – que é forte no conjunto da arte brasileira”, bem como na monumentalidade de muitas de suas esculturas"
Tabibuia construiu uma obra importante no quadro das artes uma marca pessoal
que, ao remeter a uma fonte afro, transcende-a, exprimindo a força do na dualidade
masculino/feminino.
Curiosidade :Este é o conhecido ipê roxo, também chamado tabibuia, de onde o artista herdou o nome e que serviu de matéria prima para suas obras.Existem cerca de 74 espécies de ipês catalogados no Brasil.
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Uma relíquia mesmo :entrevista de abril 1989, na inauguração da exposição da UERJ.Clique no link abaixo:
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