domingo, 7 de agosto de 2022

Sylvia Rivera

Sylvia Lee Rivera, nascida em 2 de julho de 1951 como Rey Rivera Mendoza, saiu de casa aos onze anos e, durante os anos 60, sobreviveu nas ruas de Nova York.
Ali conheceu, em primeira mão, os perigos que rondavam os transgêneros e as injustiças sociais cometidas contra eles, contra as drag queens e
 as prostitutas lésbicas. 



Nos anos que se seguiram a Stonewall, Sylvia Rivera tornou-se um ícone do movimento gay e participou ativamente do lobby no congresso americano para os direitos civis dos gays e dos transexuais.

Procurou chamar atenção, repetidas vezes, para o que chamava transfobia e que, segundo ela, existia amplamente nas comunidades gays e lésbicas.
Em 1970, Rivera associou-se à Aliança de Ativistas Gays (GAA) e ali também lutou para aprovar, junto à municipalidade nova-iorquina, leis que protegessem os transgêneros. 

A própria GAA tratou de excluí-los de seu programa de ação, embora os políticos - todos aparentemente heterossexuais - estivessem dispostos a votar a favor. Sylvia ficou chocada e desiludida com o movimento. 

Ainda em 1970, Sylvia e Marsha P. Johnson criaram o grupo “Street Transvestite Action Revolutionaries” (S.T.A.R). Esses “Transgêneros de Rua Revolucionários”, se organizaram para lutar pelos direitos dos travestis e transexuais jovens, cuidando para que tivessem acesso aos serviços de saúde e lares onde pudessem morar. 

Problemas com os moradores do East Village fecharam o estabelecimento dois anos depois.
Este trabalho pioneiro  serviu como inspiração para futuros abrigos de transexuais de rua. 
Mudou-se para Tarrytown, New York onde trabalhou nos hotéis Marriot como chefe de compras. 

Posteriormente, voltou para a cidade de New York. Sem dinheiro para ao menos alugar uma vaga, passou a fazer parte da comunidade dos moradores de rua do pier da Christopher Street. 

Em 1997, mudou-se para a Transy House Collective, no Brooklyn. – uma casa no padrão que ela própria havia criado, nos tempos do S.T.A.R. 
Retomando a direção desta entidade, Sylvia Rivera e seu grupo pressionaram o comitê de direitos humanos no sentido de incluir transgêneros na legislação não discriminatória do Estado de New York. 

Sem sucesso, infelizmente.


Em 2002, doente e com graves dificuldades de locomoção, Silvia continuou seu trabalho de ativista e lobista em nome dos transgêneros e travestis. 
Conseguiu, inclusive, se reconciliar com o Inspetor Seymour Pine. 

Poucas horas antes de morrer de câncer no fígado, em 19 de fevereiro de 2002, esteve reunida com líderes da comunidade LGBTQ.
, sempre pressionando a opinião pública e a classe política para que mudem a forma de enxergar e aceitar a diversidade sexual. 

Membro da ICM – Igreja da Comunidade Metropolitana (Metropolitan Church Community) de Nova York ,foto abaixo- onde exercia um cargo de coordenação, Sylvia, no leito de morte, fez a Pastora Pat Bumgardner prometer que a igreja criaria um lugar onde jovens da comunidade LGBT pudessem passar a noite, quando todas as outras possibilidades estivessem descartadas. 

Assim nasceu o “Sylvia’s Place” (o Lugar de Sylvia), um dormitório de emergência onde os jovens entre 16 e 23 anos encontram cama, cobertores, sanitários e banheiros, e paroquianos voluntários que servem um bom café da manhã, oferecem seus ouvidos compreensivos e uma palavra amiga de encorajamento.
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Voluntários da Igreja da Comunidade Metropolitana de NY no “Sylvia’s Place”  

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