Além da vida e da morte
Em Berlim, durante a Segunda Guerra Mundial,Lilly(Elisabeth) Wust, 29 anos,era o exemplo de mulher alemã,com foto do Fuhrer na parede,condecorada pelo Terceiro Reich pelos quatro filhos que teve e casada com um oficial nazista, vivendo a entediante rotina de uma dona de casa comum.
Felice Schragenheim (à esquerda na foto acima) era avançada para a sua época, jovem judia inteligente e culta. Trabalhando para um semanário nazista, escondida por um pseudônimo,passava preciosas informações para a Resistência.
O acaso uniu as duas mulheres e iniciou uma história que foi mais do que uma aventura de amor .
Lilly percebe que é o objeto de desejo de Felice, uma pessoa diferente de todas as que havia encontrado em sua vida.
As duas se encontram e se comunicam quase todos os dias,trocando cartas,bilhetes e poemas.Usam os nomes fictícios de Aimée (Lilly) e Jaguar (Felice)
A relação , temperada principalmente pelo humor de Felice nas correspondências ainda em poder de Lilly,mostra que o amor pode existir e sobreviver mesmo em situações extremas,dando sentido `a vida.
Estiveram juntas da Primavera de 1943 ao verão de 1944 porque Felice recusou a oportunidade de exílio para a neutra Suíça para não se separar de Lilly.
Após um delicioso dia de sol no campo, do qual restaram as últimas fotos de Aimée e Jaguar, a Gestapo invadiu a casa para prender a judia.
Apesar da busca desesperada, Lilly nunca mais teve notícias de Felice,que provavelmente morreu no campo de extermínio de Teresienstadt,atual República Tcheca.
Seu destino se mistura ao dos milhões de judeus que foram perseguidos,presos e exterminados nestes tempos cruéis que a Europa viveu.
Em 1981 foi condecorada pela Alemanha Ocidental com a mais alta medalha destinada a civis aBundesverdienst Kross por ter escondido Felice e mais 3 mulheres judias durante a Guerra,
A escritora Erica Fischer contou em livro a história de Aimée e Jaguar em 1996.
O livro serviu como roteiro básico para documentários para a Tv francesa, para a BBC ,para uma peça teatral suíça e para a película de mesmo nome dirigida por Max. Färberböck,em1999,tendo Julianne Köhler como Lilly e Maria Schneider como Felice
A crítica internacional aponta as cenas de amor do filme como das mais belas jamais exibidas nas telas.
Lilly Wust .ainda viveu décadas em Berlim, casou-se uma segunda vez ,mas sempre declarava nas entrevistas que permaneceu fiel em espírito a Felice até morrer (31/3/2006)
Lilly em seus dias finais |
O filme alemão recebeu recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, de Melhor Filme Estrangeiro em 1999
Aos 85 anos, a verdadeira Lilly Wust compareceu ao Festival de Berlim de 1999, para ajudar na publicidade do filme.
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