sábado, 11 de junho de 2022

J.Edgar Hoover, chefão do FBI, homossexual e homofóbico

 John Edgar Hoover, foi um policial norte-americano que durante 38 anos exerceu o cargo como 1º diretor do Federal Bureau of Investigation, considerada a maior organização policial do mundo e autoridade numero um dos Estados Unidos.( Wikipédia)





 
 
 Racista dos mais violentos, perseguidor de comunistas ou simpatizantes, torturador de jornalistas, editores e militantes dos direitos civis, o abominável chamava-se John Edgard Hoover. 

Teria nascido em 1º de janeiro de 1895, filho de gente da classe média - existem controvérsias - e falecido, de verdade, em 2 de maio de 1972.

Seu avô, pai, sobrinho e irmão trabalharam para o governo. Mas ninguém na família - e no serviço público norte-americano - até hoje teve tanta importância. 

Chefiou com mão de ferro, durante 48 anos, o FBI. No governo do Presidente John Calvin Coolidge, sabe-se lá por que razão, obteve o cargo vitalício.

Serviu a oito presidentes (de Coolidge a Richard Nixon), sendo mais poderoso que todos eles e confidente de muitos. 

Criou uma polícia paralela que usava meios ilegais para vigiar não só criminosos, mas todos aqueles que sua paranóia identificava como ‘inimigos do sistema’. 

Foi o idealizador do ‘National Crime Laboratory’ e do ‘National FBI’, ainda hoje o melhor curso de pós-graduação policial do mundo. 

Especializado em dissolver movimentos de liberação dos homossexuais, manteve durante 40 anos uma relação estável com seu vice no organograma: Clyde Anderson Tolson. 

Rumores contam que o mafioso Meyer Lansky para calar a boca do FBI a respeito das suas atividades criminosas, usou fotos que comprovavam a homossexualidade de Hoover, ele e Clyde fazendo sexo em uma praia.

E, tudo indica que o racista também era afro-americano. A publicação de um livro de autoria de uma descendente de escravos do Mississipi reabriu a questão.

O livro do jornalista Anthony Summers, ‘Official and Confidential’, contém uma entrevista com Gore Vidal onde o escritor declara que Hoover ia ficando famoso e todo mundo em Washington sabia que ele era mulato e de uma família que vinha clareando através das gerações e dos casamentos mistos. 

O casal
Wesley Swearingen, um agente especial reformado do FBI é autor de ‘Secrets: An Agent's Exposé’ e conta que, apesar de exigir de todos os ‘G Men’ uma espécie de atestado de raça branca,

 Hoover, misteriosamente, nunca ofereceu um documento melhor do que a certidão de nascimento tirada aos 43 anos, após a morte da mãe, óbvia testemunha.

Millie McGhee em seu livro ‘Secrets Uncovered’, reeditado como ‘Secrets Uncovered: J. Edgar Hoover - Passing for White?’ afirma que as raízes de J Edgar vinham de Maryland, da união de uma escrava tão clara que podia se passar por branca e seu senhor. 

A Operação Fruehmenschen

Em janeiro de 1988, o deputado Mervyn Dymally inseriu nos anais do Congresso Americano uma declaração juramentada do ex-agente Hirsch Friedman sobre a 
‘Operação Fruehmenschen’ (em alemão, frueh = primitivos e menschen = seres humanos). 

Palavras do agente Friedman: 

"O objetivo desta polícia paralela era investigar as causas da promoção de oficiais e eleição de candidatos negros nas maiores cidades.

Cerca de 300 ‘seres humanos primitivos’ foram investigados. Hoover não acreditava que negros tivessem capacitação social ou intelectual para dirigir instituições ou participar de organizações governamentais." 

Hoover tornou-se famoso e temido pelas perseguições contra membros do Partido Comunista.
 
Nos anos 50, mergulhou de cabeça no Macartismo ou a ‘Era do Pânico Vermelho’, um movimento conservador e anti-comunista ocorrido nos Estados Unidos entre 1950 a 1954 liderado pelo senador Joseph McCarthy e seus adeptos.

Usou e abusou da delação e da intimidação e se dedicou a infernizar a vida de comunistas e simpatizantes, causando suicídios, provocando exílios voluntários e encerrando carreiras promissoras nas artes e no cinema.

A obsessão do chefão do FBI era centrada ‘no espectro do casamento interracial’, nas escolas mistas, nos menos de 1% de agentes negros do FBI e, sobretudo, na figura carismática de Martin Luther King. 

Uma campanha infamante foi deflagrada para destruir o líder, usando chantagem e sugerindo que o suicídio do religioso seria a melhor saída quando certas fitas comprometedoras fossem liberadas.
 Em 4 de abril de 1968, dia do assassinato de Luther King, foram ouvidos gritos ‘jubilosos’ no quartel general do FBI em Atlanta.

Enquanto perseguia comunistas, simpatizantes e negros, liderou uma campanha homofóbica, com ênfase na destruição da ‘Mattachine Society’, uma das primeiras organizações pelos direitos dos gays, sediada em San Francisco.

 Houve infiltração de agentes e uso de fotos, filmagens e gravações. Tudo isso, provavelmente, com a finalidade de esconder a própria homossexualidade, avalizada em 1943 por um memorando interno da autarquia da qual era o chefe. 




CLYDE

Clyde Tolson nasceu no Missouri, em 1900. 
Quando obteve a licenciatura em Direito pediu para aderir ao 'Federal Bureau of Investigation' (FBI), mas foi rejeitado. 

Ele tentou novamente no ano seguinte e, desta vez a sua foto e formulário de candidatura foram vistos por J. Edgar Hoover.
Imediatamente, Tolson foi contratado e rapidamente promovido, e após três anos, foi nomeado diretor adjunto do FBI. 

Tolson Clyde, ‘alter ego e alma gêmea’ de Hoover, o substituiu na chefia do FBI a partir de 1972, quando um super infarto do miocárdio matou o companheiro. 

Mas também foi substituído, logo no dia seguinte, por Louis Patrick Gray e deixou o FBI duas semanas depois, quando se mudou para a casa de Hoover e se dedicou a cuidar do inventário e espólio do qual era o único herdeiro. 
Clyde morreu em 1975 e os dois estão enterrados no mesmo túmulo.


 Que as Montanhas Rochosas lhes sejam leves.

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