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Brazil-1989 |
A década 70/80 - junto com as correntes migratórias iniciadas nos anos 60, por conta das lutas políticas e anseio de liberdade, trouxe para o cenário artístico novaiorquino uma lufada de ar tropical vinda do Caribe e de Porto Rico.
Ritmos como o hip hop, o break, o rap e,nas artes, o graffiti encontraram um solo fértil e carente de novidades. Keith Haring,artista gráfico e ativista,estava instalado naquele espaço, participando do que acontecia e-além de tudo- inovando.
Gay assumidíssimo, seu trabalho exibe um conjunto de componentes homoeróticos.
A exposição que marca os 20 anos da morte do grande artista esteve no Rio (vinda de São Paulo e,em seguida, foi Minas Gerais) ,inaugurada no dia 28 de setembro de 2010.
O imponente espaço da Caixa Cultural-Rio recebeu 95 obras basicamente focadas nas ligações de Keith com o Brasil,com direito a passaporte exibindo visto do Consulado em Nova York para a visita que nos fez em 1983.
Ele participou da Bienall daquele ano, visitou o Rio e a Bahia.
Vida breve (1958-1990)
Keith Allen Haring nasceu em Reading,Pensilvânia mas cresceu em Kutztown, numa pequena comunidade de colonos holandeses e, logo cedo,mostrou interesse pelas artes.Primeiro criou tiras de quadrinhos,depois desenhos mais complexos.
Adolescente,conheceu o trabalho de Andy Warhol e ficou impactado com o uso de icones (Marilyn,Jackie Kennedy,etc) e com o revolucionário conceito de massificação da arte.
De 1976 até 1978, estudou design gráfico em escolas especializadas em Pittisburg Esses dois anos foram fundamentais para seu amadurecimento artístico.
Ali ficou amigo de Kenny Scharf e Jean-Michel Basquiat.
Todos os críticos apontam a conexão que ali começou entre a arte e sua orientação sexual.
Antes de acabar o curso, transferiu-se para Nova York para estar no então centro da arte no mundo e circular `a vontade no seio da comunidade gay Influenciado pelos grafittis.
inscreveu-se na School of Visual Arts. E começou a ganhar notoriedade ao desenhar com giz as paredes das estações do metrô deNova York
As primeiras exposições, a partir de 1980, foram no Club 57- ponto de encontro da elite vanguardista.
Mais tarde customizou um carro esporte BMW e o corpo escultural de Grace Jones para o clip “I”m not perfect”.
Em 1982,Haring trabalhava na galeria de arte de Tony Shafrazi,que lhe ofereceu espaço para uma grande exposição. onde “homenzinhos dançantes” exibiam atitudes do chamado universo pop se justapondo a aitudes sexuais ousadas.
Nos três anos seguintes, apesar desta ousadia,a obra de Haring se reproduziu mundo a fora e foi usada em campanhas humanitárias de ordem política e social,prevenção da Aids e do uso de drogas,contra o apartheid sul-africano e pela UNICEF, por organizações de direitos humanos e em favor da comunidade LGBT.
Na mesma década, participou em diversas bienais e pintou muitos murais, entre outros em Sydney,Amsterdan e no Muro de Berlim.
A Pop Shop
No auge da popularidade, abriu a POP SHOP, loja no Soho-Nova York,para vender seus trabalhos a preços mais que acessíveis ao público.
Foi acusado pela crítica de estar fazendo liquidação de seu talento. Haring respondeu que a verdadeira arte- como a que ele sabia que fazia- é um bem caríssimo que separa os milionários das pessoas comuns e o objetivo da loja era proporcionar produto de qualidade a preços razoáveis.
A POP SHOP continua a ser um sucesso e expandiu suas operações na era da internet. Em 1988, na inauguração de uma Pop Shop em Tóquio, afirmou: "Em minha vida fiz muitas coisa, ganhei muito dinheiro e me diverti muito. Mas também vivi em Nova Iorque nos anos do ápice da promiscuidade sexual. Se eu não pegar AIDS, ninguém mais pegará."
Alguns meses depois ,entrevistado pela Rolling Stone, contou que que tinha o vírus HIV. Criou, em seguida, a Keith Haring Foundation,que cuida de crianças vítimas da aids,a partir dos seus direitos autorais.
Em 1989, em Pisa-Itália- executou sua última obra pública - um grande mural ,o Tuttomondo, dedicado à paz universal
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Haring morreu aos 31 anos de idade em Nova York no dia 16 de fevereiro de 1990.
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Em 2008, uma grande exposição nos três andares do Museu de Arte Contemporânea em Lyon-França, com o patrocínio da Fundacão Keith Haring e de sua família, lembrou os 50 anos de seu nascimento
O curador Thierry Raspail apresentou o material de divulgação da mostra retrospectiva de 95 pinturas,14 esculturas e 104 desenhos com as seguintes palavras:
“Raramente um artista nos lega uma obra tão energética e abrangente.No final de uma carreira tão rápida (somente dez anos)Keith Haring entrou no panteón dos Mestres tais como Picasso e Andy Warhol,pelo estilo facilmente identificável. O artista norte americano conseguiu seu objetivo, cumpriu a missão que se impós:tornar a Arte acessível a todos”.
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Você visita oitenta e uma obras de Keith Haring clicando aqui abaixo:
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