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" Quem acusa outro de ignomínia convém que seja sem mácula.”
Plauto, dramaturgo da República Romana 230 aC. / 180 aC
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Os homossexuais homofóbicos são o povo mais desagradável que existe na face da terra.
Dois deles passaram à História com a triste fama de portadores de telhados de vidro. O velho provérbio diz que não se deve jogar pedra no teto do vizinho,se o nosso é vulnerável.
E como era vulnerável o telhado de vidro do malfeitor Ernst Röhm, Stabschef (comandante-em-chefe) das SA!
A milícia nazista torturou e mandou para os campos de trabalho e extermínio mais de seis milhões de judeus, ciganos, comunistas, homossexuais, deficientes físicos e mentais, crentes da seita Testemunhas de Jeová e praticantes do Esperanto.
E o telhado do Senador Joseph McCarthy ? Em seis dos dez anos de mandato, comandou , junto com sua equipe, uma campanha contra qualquer pessoa suspeita de simpatia ou militância comunista. Este período (1950-56) ficou conhecido como Red Scare (Terror Vermelho) e MacCarthy embrulhou, no mesmo pacote, comunistas e homossexuais.
Röhm e MacCarthy - e alguns membros da assessoria parlamentar - eram do babado.
“A Caça às bruxas”
MacCarthy |
O termo usado a partir do século XII para enquadrar as feiticeiras e mandá-las para a fogueira foi transposto para nossos dias e passou a nomear a perseguição e condenação sistemática de pessoas por pretextos falsos ou exagerados.
Assim aconteceu com os simpatizantes e
ativistas comunistas durante o macartismo, nos Estados Unidos .
Macartismo é, desde então, sinônimo de atividades governamentais visando a reduzir a expressão de opiniões políticas ou sociais julgadas desfavoráveis, limitando para isso os direitos civis sob o pretexto da segurança nacional.
Macartismo virou substantivo comum e é empregado sempre que acontece uma intolerância ou procedimento baseado em preconceito usando meios governamentais para censura .
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Joseph Raymond McCarthy nasceu em 14 de novembro de 1908 em Grand Chute, Wisconsin e morreu de cirrose hepática, conseqüência do alcoolismo, em 2 de maio de 1957 em Bethesda, Maryland.
Foi filiado ao Partido Democrata e, mais tarde, já no Partido Republicano, foi Senador por Wisconsin.
Formou-se em Direito na Universidade Marquette e exerceu a profissão até 1939, quando foi eleito juiz pelos republicanos, depois de ter sido rejeitado pelos Democratas.
Serviu na Marinha Americana durante a 2ª Guerra e chegou ao posto de capitão.
Simulacros de processos dirigidos por ele atingiram todos aqueles que fossem suspeitos de simpatizar com os comunistas na mídia, no cinema, no governo e nas forças armadas.
Com mínimas provas ,ou mesmo sem provas ele destruía reputações, arrasava carreiras, detonava casamentos.
Estabeleceu a censura oficial e, mais que isso, promoveu a auto-censura entre os intelectuais.
Homófobico de carteirinha, perseguiu gays funcionários do governo e, misturando estações, acusou “o cenário homossexual” de ajudar a conspiração comunista.
No final dos anos 60 e começo dos 70, funcionários públicos gays e lésbicas reverteram a situação, pedindo proteção ao Judiciário contra a discriminação.
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“Gaystapo”
É complicado acreditar - e tentar explicar - que o genocídio gay, que ocorreu durante o regime nazista, possa ter sido orquestrado por um gay assumidíssimo.
Seu nome era Ernst Röhm, comandante-em-chefe das SA: Sturmabteilung (tropas de assalto) nazistas e ministro sem pasta de Hitler.
Nasceu em 28 novembro de 1887, filho de funcionários públicos bávaros e participou da primeira grande guerra.
Biógrafos contam que pertenceu ao grupo de ex-combatentes que vivia obcecado com o “mito homoerótico das trincheiras”, onde belos homens estavam dispostos a morrer pela pátria e que participou da fundação do Partido Nazista, para resgatar a honra perdida com a derrota.
Em 1919, ao assumir um posto no Estado Maior do exército alemão, conheceu Adolf Hitler.
Röhm
O historiador gay Frank Rector afirma que "Hitler foi, de modo substancial, o protegido de Röhm, que apresentou o jovem fascista aos políticos locais e líderes militares, ficando conhecido como o "rapaz do Röhm”.
Segundo Lothar Machtan, professor de História Contemporânea e do Tempo Presente na Universidade de Bremen,” Adolf Hitler teve - ao final dos anos 20 - uma série de relacionamentos homossexuais.
A partir de 1930, com a ascensão do partido nazista, ele se sentiu vulnerável e tentou por todos os meios apagar esta imagem comprometedora.
Röhm detinha em seu poder documentos altamente esclarecedores sobre a orientação sexual do comando nazista.
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Sua morte foi diretamente ordenada pelo Führer como “queima de arquivo”.
Foi a maior patente assassinada na prisão de Stadelheim, durante o episódio histórico conhecido como “Noite dos Punhais”(1º de julho de 1934).
Pouco antes da eliminação de Röhm, a Alemanha nazista abriu os primeiros campos de concentração.
Berlim, até então considerada a capital da liberdade, tornou-se a capital da repressão: teatros, boates, cafés e bares gays são fechados e seus freqüentadores presos, deportados e junto com os demais gays e lésbicas incursos no parágrafo 175 do Código Penal alemão, por relações "contra a natureza".
Cerca de 25.000 pessoas foram mandadas para prisão entre 1937 e 1939 e depois para campos concentração, esterilizadas e castradas.
A partir de 1942, os homossexuais identificados nas forças armadas foram executados sumariamente.
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