Dedico este texto ao atleta Michael Santos , do Vôlei Futuro,de Araçatuba
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Nascido em 20 de abril de 1983,em Birigui-SP,Michael –médio de quadra com estampa ideal para o esporte que pratica:2 metros e 2 de altura e 104 quilos-começou a carreira no Banespa, onde ajudou a equipe a conquistar os títulos de campeã paulista juvenil (2002), campeã paulista da Divisão Especial (2004), campeã do Grand Prix (2004) e campeã da Superliga (2004/05), além de vice paulista (2006) e bicampeã do Jogos Abertos do Interior (2005/2006).
Vestiu a camisa da seleção brasileira e conquistou os títulos mundial infanto e sul-americano juvenil.
Pela seleção infanto, foi campeão sul-americano (2000) e mundial (2001).
Pela juvenil, campeão sul-americano (2002).
Pela seleção paulista, foi campeão brasileiro de seleções (2000)
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1 de abril de 2011-Ginásio Poliesportivo do Riacho, em Contagem, .
Primeiro jogo pelas semifinais da Superliga masculina entre Cruzeiro e Vôlei Futuro,
Duas mil pessoas no estádio superlotado-crianças e mulheres histéricas,inclusive-gritando “bicha”,”gay”e outras expressões impublicáveis.
Assista o video:
Após o ocorrido, Michael assumiu publicamente que é
homossexual.
Segundo jogo revanche da Superliga no
O time fez uma série de ações contra homofobia sofrida por Michael.
A equipe de Araçatuba entrou em quadra para fazer o aquecimento com blusas rosas com o rosto do atleta. Uma enorme bandeira com a inscrição “Vôlei Futuro contra o preconceito” também foi aberta na arquibancada.
A Rede Globo transmitiu o jogo ao vivo.Bate-bates cor-de rosa foram distribuídos para a torcida.
Veja:
Michael recebeu um pedido de desculpas formal do Governo do Estado de Minas Gerais e o aceitou.
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Dizem as pesquisas que a homossexualidade é mais assumida por esportistas de alto nível do que por pessoas comuns.
Mulheres políticas saem dos armários,tenistas como Martina Navratilova e Amélie Mauresmo, mulheres judocas,e jogadoras de handball e campeãs olimpicas ,mas são muito raros os homens atletas que,como Michael Santos, assumem sua orientação sexual.
O livro de Duret e Bodin aponta como exceção o caso de Greg Louganis,quatro vezes campeão olímpico de salto ornamental e militante dos movimemntos LGBT
Os estudos de Anne Saouter
Inconcebível para muitos, a homossexualidade masculina no esporte contrasta com a aceitação –ou como um fator explicativo- das lésbicas atletas,
"Imaginar atletas homossexuais é um procedimento cognitivo que permite pensar o esporte em sua concepção tradicional: uma prática que produz homens ou mulheres que não são mais mulheres”, escreveu Anne Saouter,professora,pesquisadora e antropóloga, francesa com trabalhos largamente difundidos na internet,já com tradução em português do Brasil.
Soueter cita o caso da tenista Amélie Mauresmo que tem um serviço forte,alcançando resultados nos saques bem próximos aos dos seus colegas homens,
Outro exemplo dado pela antropologa foi uma declaração de Martina Hingis, em1999.
Assim que perdeu a final de um torneio internacional para Amélie Mauresmo declarou que não se importava pela derrota,já que a francesa que era “metade homem “.
Amélie Mauresmo não perdeu seu patrocinador ,mas muitos empresários, como acontecia com astros gays de cinema no século passado - ,aconselham seus atletas que forcem a barra e,vez por outra,façam uma aparição pública com alguma mulher, de preferência,famosa,
Mas os próprios atletas sentem a necessidade de ocultar a preferência sexual com medo da perda dos contratos e carreiras interrompidas.
Neste contexto horroroso de mentira,omissão, falsidade,preconceito, agressão gratuita e discriminação ostensiva o gesto de Michael, ao sair do armário, se torna ainda mais digno de respeito
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