Igrejas Protestante e Anglicana
A aceitação da homossexualidade sempre gera debates no seio das Igrejas Protestantes.
Na comunidade anglicana são conhecidos bispos assumidamente homossexuais mas, mesmo nas correntes mais liberais, existe contestação.
A partir de 1990, Igreja Unida do Canadá (United Church of Canada) que tem visão menos ortodoxa das escrituras, aceitou oficialmente que homossexuais possam ser Pastores e viver em união estável. Esta denominação canadense entende que todos os homens são criados à imagem de Deus, quaisquer que sejam suas orientações sexuais e as paróquias são livres para decidir se aceitam ou não unir duas pessoas do mesmo sexo.
A Igreja Unitária, de denominação protestante e muito liberal, também se pronuncia a favor do casamento para pessoas do mesmo sexo.
As Igrejas Africanas Episcopais Metodistas, num conjunto, se opõem.
Os Neo-pentecostais
O movimento neo-pentecostal condena a homossexualidade ou qualquer tipo de diversidade, inclusive a religiosa.
Em suas igrejas, realizam-se “sessões de descarrego” para afastar o Diabo, que se manifesta por meio de alcoolismo, tabagismo, consumo de drogas leves e pesadas e...homossexualidade.
Os neo-pentecostais separam o prazer dos movimentos do corpo e os fiéis freqüentam os cultos utilizando sempre dança, canto e muita gestualidade.
Cada “irmão” garante a onipresença de Deus em seu lar ao comprar Cds, Dvds, games bíblicos, dando preferência a canais de rádio e televisão de cunho litúrgico e freqüentando shows de Salmos em cadência de Rap e Hip Hop Gospel.
Budismo e Confucionismo
Documentos datados de 3.500 anos, nos relatam uma tradição chinesa de homossexualidade masculina.
Descrições igualmente antigas se referem ao que os historiadores poderiam chamar de lesbianismo e “inconformismo genético”.
Esta diversidade de amar, integrada nos valores chineses do pré-budismo, influenciou o pensamento chinês até o movimento de 4/5/1919, que trouxe a visão burguesa ocidental do “problema”.
A filosofia chinesa, baseada nas crenças sobrenaturais e místicas, entende que todo o comportamento dissonante causa desequilíbrio nas energias circulantes no planeta.
Os antigos não estavam preocupados com a diversidade sexual, mas com assuntos concernentes à moral e à política. A moral chinesa não estava baseada em tabus, mas alicerçada em ideais bem mais profundos: compaixão, justiça, urbanidade, sabedoria e confiança.
Sexualidade não era vergonha. O conceito moderno de orientação sexual é que pareceria estranho. Depois de seguir a obrigação de prover o clã com herdeiros, os homens eram livres para seguir seus próprios padrões eróticos.
O conceito de pecado carnal foi introduzido quando, durante as Seis Dinastias, o Budismo passou a influenciar o Pensamento Chinês.
A filosofia implantada não era particularmente homofóbica, mas, vista pela perspectiva budista, a sensualidade passou a ser um atraso na evolução espiritual.
A atitude, novidade na China na época, foi o ponto de partida para o crescimento de uma espécie de puritanismo.
Hoje, o Budismo e o Confucionismo não condenam a homossexualidade como acontece na cultura judaico-cristã.
Mas acreditam que o ato é nocivo para a sociedade por desequilibrar as energias circulantes nas pessoas.
A corrente ZEN do Budismo é bem tolerante, chegando mesmo a compreender e aceitar a orientação sexual de seus monges acreditando que a busca do prazer ajuda a evolução da alma.
Certas correntes tântricas, inclusive, relacionam o prazer sexual com o estado de plenitude total.
O Confucionismo, mais rígido, considera a sociedade como um todo, uma família.
E o objetivo básico de cada indivíduo deve ser constituir família.
Todo o comportamento individual é orientado nesta direção, para não colocar em perigo a instituição familiar, ou melhor, a sociedade inteira.
Hinduísmo
O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas do mundo, ao contrário de muitas outras, a religião não tem um fundador próprio.
A religião é a denominação do conjunto de princípios, doutrinas e práticas religiosas que foi estabelecida pelos invasores arianos da Índia, e remonta ao ano de 1500 a.C.
As atitude intolerantes foram acentuadas pelo cristianismo dos colonizadores portugueses e, mais tarde, reforçadas pela absurda legislação "anti-sodomita" imposta pela Inglaterra, a partir de 1857.
Nem sempre a cultura indiana foi discriminatória em relação às diversidades sexuais.
A mitologia está repleta de lendas sobre mudança de sexo: deusas que se transformavam em homens, deuses que se transformavam em mulheres e deuses com atributos ao mesmo tempo femininos e masculinos, como a andrógina Shiva .
Arjuna, por exemplo, personagem do épico Mahabharata - o mais importante poema indiano - passa a viver como eunuco, durante seu exílio.
O Kama Sutra, verdadeira enciclopédia indiana do prazer sexual, já se referia ao "comportamento viril nas mulheres", no ano 300 A.C.
O último capítulo - dedicado ao sexo lésbico - também menciona uma "terceira natureza".
Mórmons - Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
Para os Mórmons, a homossexualidade é um conjunto de comportamentos, sentimentos e pensamentos e, talvez, pode ser, quem sabe?, uma condição trazida nos genes.
Somente no final do século XX a Igreja Mórmon reconheceu a figura da orientação sexual e continua a fazer campanha contra os direitos dos gays e lésbicas e por extensão, ao conjunto de direitos adquiridos por este grupo, pois –de acordo com seus preceitos - o casamento é monógamo heterossexual.
Ela acolhe gays e lésbicas em determinadas condições: os sentimentos homos não são desejados e, assim sendo devem ser controlados.
A obediência à lei da castidade cuida de evitar estas manifestações, assim como o sexo antes do casamento e quem não observar os preceitos está sujeito à excomunhão.
Testemunhas de Jeová
Para os seguidores das Testemunhas de Jeová, a homossexualidade faz parte do que a Bíblia chama de Pornéia ou Fornicação, um pecado muito sério, do mesmo quilate que adultério, poligamia, pedofilia, incesto e o que chamam “bestialidade”.
Como consideram as relações sexuais sagrado meio de transmissão de vida, exigem um alto padrão de castidade de seus crentes.
A virgindade do noivo e da noiva deve ser inquestionável, relações sexuais consideradas legítimas só apos o casamento.
As demonstrações excessivas de afeto entre noivos e namorados são condenadas.
Segundo os crentes, certas passagens da Bíblia condenam abertamente a homossexualidade, especialmente no Levítico e na Epístola aos Romanos.
Percebendo que o mundo se abre cada vez mais para a diversidade sexual, a Sociedade Watchover, a voz oficial das Testemunhas de Jeová, recentemente, tratou de reafirmar as posições ortodoxas sobre homossexuais.
O homossexual, masculino ou feminino é considerado uma perversão ambulante, um pecado mortal solto nas ruas, uma besta em forma de gente.
Ao mesmo tempo manifesta a boa vontade de recebe-los para que possam assistir uma reunião e, assim, conheçam o que chama de “verdade”.
Islamismo
No Islamismo entre os Hanabalitas (mundo Árabe) a conduta gay é considerada um pecado contra a ordem estabelecida por Deus.
A Charia, código de conduta muçulmana, que significa “caminho para respeitar a Lei”, condena a homossexualidade em todas as instâncias e prescreve a pena de morte como punição (por enforcamento ou apedrejamento).
Acompanhando este texto, o Iran e o Afeganistão executam homens e mulheres por sua orientação sexual.
Nos dois países, os transgêneros, uma vez certificada sua condição, são autorizados a fazer cirurgia para “mudança de sexo”.
Os Hanafitas (Sul e Este da Ásia ) não aplicam nenhum castigo físico aos gays. Na Argélia, Líbia e Tunísia, eles são presos ou multados.
Os seguidores da Escola de Sha'fi do mundo árabe pedem 4 testemunhas do sexo masculino para confirmar a homosexualidade.
A Turquia não penaliza a homossexualidade.
Na Arábia Saudita, a punição varia da perda de direitos civis à morte.
A Al-Fatiha divulgou que cerca de 4000 homossexuais foram executados no Irã, desde a revolução de 1979.
Espiritismo
O Espiritismo recomenda respeito e a compreensão para com os homossexuais.Canalizada pelo médium Chico Xavier (Francisco Cândido Xavier 1910-2002), Emmanuel, uma entidade que se comunica por psicografia, finaliza o livro “Vida e Sexo” com a seguinte recomendação:
"Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, colocai-vos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as vossas tendências mais íntimas e, após verificardes se estais em condições de censurar alguém, escutai no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
A religião não aprova práticas desregradas, mas não condena ninguém, apenas alerta para a Lei do Retorno(livre arbítrio), segundo a qual recebemos de volta os efeitos de nossa conduta.
Umbanda e Candomblé
A Umbanda e o Candomblé compreendem que sexo é opção individual e não compete às religiões discriminar ou estigmatizar.
Elas orientam os fiéis no sentido de levarem vida correta, seja na área religiosa, seja nas relações humanas e afetivas.
Sobre uniões entre pessoas do mesmo sexo, a mesma postura é adotada: cada pessoa humana é responsável por sua vida e seus atos, que siga seu caminho dentro das suas regras,da melhor forma possível.
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