sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Annie Leibovitz









Adorada por celebridades, fotógrafa vive em meio a registros inesquecíveis

Annie Leibovitz, especialista em retratos, captou alguns das mais emblemáticos momentos dos últimos 30 anos

Rainha Elizabeth
 Susan Sontag
 


A foto de John Lennon nu abraçado a uma Yoko totalmente vestida, poucas horas antes de ser assassinado. O ensaio de Michelle Obama para a capa da revista Vogue.


O Palácio de Versalhes fechado ao público para documentar o making off do filme “Maria Antonieta”, dirigido por Sofia Coppola -o resultado final ficou um quadro da época de Luis XVI.

Outras peças, lindas, são as fotos da campanha publicitária para incrementar a marca Disney e as da campanha do American Express.

Audácia das audácias que só um gênio pode cometer: Annie sugeriu que a rainha Elizabeth II, que fotografou no palácio, tirasse a tiara de brilhantes e comentou que Sua Majestade “usava roupa demais para uma só pessoa”.
Mas não só celebridades são clicadas pelas lentes mágicas de Annie.


Os dramáticos eventos em Sarajevo e Luanda estão fixados para sempre num documentário lançado há pouco tempo e disponível para compra na internet.

O tipo de foto em que Annie Leibovitz pontifica se caracteriza pela colaboração íntima do retratado que confia no talento da retratista.Quanto à vida particular, viveu uma relação discreta com Susan Sontag até a morte da companheira, em 2004.



Paixão para toda vida :fotografar

Anna-Lou (Annie) Leibovitz nasceu em Westport, Connecticut em 2 de outubro de 1949, filha de Samuel (oficial da Força Aérea Americana) e Marilyn Leibovitz, professora de dança moderna.

O interesse pela fotografia se consolidou na viagem de visita à família, que estava vivendo nas Filipinas.


Durante alguns anos ela continuou a desenvolver suas aptidões ao mesmo tempo em que teve diversas ocupações, quando viveu em um Kibbutz, em Israel, em 1969.Em 1970, voltou aos Estados Unidos para estudar Belas Artes no San Francisco Art Institute, onde transformou o interesse pela fotografia em paixão para toda a vida.
Fez testes para a então recém nascida Rolling Stone Magazine. Muito interessado no currículo de Annie, o editor Jann Wenner ofereceu-lhe um lugar como fotógrafa da nova revista.Ali surgiu sua marca registrada, que é o produto final do uso das cores primárias e as poses surpreendentes. 


Quando a revista começou a ser editada a cores (1974) ela declarou: ”Na Escola de Belas Artes, eu nada aprendi sobre cores, apenas sobre preto e branco. Aí, tive que ensinar a mim mesma, como usar as cores”. 

Desta nova experiência saíram, entre outras: as fotos de Bob Dylan, Bob Marley e da poeta punk Patti Smith.


Em 1980, Annie Leibovitz cobriu, como enviada especial do Rolling Stone, o lançamento de “Double Fantasy”, do casal Lennon-Yoko. 
Sugeriu que posassem nus, mas apenas ele se despiu e se enroscou em Yoko, que se recusou a tirar as calças e ficou estática. 
Com sua Polaroid foi feita direto no papel especial a última imagem de John Lennon, assassinado algumas horas depois, em frente a seu apartamento no edifício Dakota, em Nova York.

Em 1983, deixou a Rolling Stone e começou a trabalhar na Vanity Fair, onde clicou astros, socialites, personalidades da política, das artes, presidentes e, diz a lenda, os famosos quase imploravam para que ela os fotografasse.
O conjunto da obra desse período - Luciano Pavarotti, Tom Selleck, Michael Jackson, Carl Lewis - rendeu-lhe, em 1987, Clio Awards, considerado um dos mais famosos prêmios da publicidade internacional.Prêmios e destaques

Em 1991, uma coleção de cerca de 200 fotos de Leibovitz foi exibida na National Portrait Gallery em Washington e, em seguida, transformada em livro (Photographs: Annie Leibovitz 1970-1990).
Foi primeira mulher a ter trabalhos ali expostos.

 A exposição itinerou pelo mundo durante seis anos.
Em seu currículo constam mais cinco livros de fotos: Photographs, American Olympians, Women, American Music e A Photographer’s Life 1990-2005.
Foram fotografados para Vogue e New York Times: Michelle Obama, Brad Pitt Nicole Kidman, Mikhail Baryshnikov, Ellen DeGeneres, George W. Bush e seu gabinete, Michael Moore, Madeleine Albright, Bill Clinton e Suri Cruise, a filha de Tom Cruise e Katie Holmes, numa reportagem sobre o casal na revista Vanity Fair


.Entre outras honras, Anne Leibovitz recebeu do governo francês o título de Commandeur des Ordres des Arts et des Lettres, sendo considerada “lenda viva” pela Biblioteca do Congresso Americano.

Foi escolhida fotógrafa oficial das Olímpíadas de Inverno no Canadá (1996)


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Susan Sontag e as perdas

Susan Sontag entrou na vida de Annie em 1989, quando a escritora foi fotografada para seu livro “Aids e as metáforas”.
Numa entrevista para o "The New York Times", falando sobre a companheira, lembrou: “Eu estava jantando com ela e suando muito porque pensava que não podia haver diálogo. Ela havia me dito: você é boa, mas poderia ser bem melhor”.


Elas passaram a viver juntas, mas moravam em apartamentos separados por uma varanda e interligados.


A influência de Sontag sobre Leibovitz foi tremenda: a viagem a Sarajevo (1993), durante a Guerra dos Balcãs, não teria sido feita sem o impulso de Susan, que escreveu a apresentação da coleção das fotos desse e de outro livro de Annie:


"Women" (1999). "Women" tem fotos de pessoas famosas e de outras ilustres desconhecidas (até então): Susan Sarandon e Diane Sawyer dividem espaço com soldadas em treinamento, mulheres trabalhando em minas e show girls de Las Vegas.


O livro mais recente, "Photographer’s Life": 1990-2005, traz fotos de familiares, pais, amigos, sobrinhos e inclui uma foto dela mesma “`a la” Demi Moore nua (2001), grávida aos 52 anos da filha Sarah. 

As fotos como as do início da carreira nos anos 70: câmera de 35 milímetros, em preto e branco, com filme Tri-X.


Quando o livro foi lançado, Annie estava arrasada com a morte de Susan e do pai, com poucas semanas de intervalo.


As gêmeas Susan e Samuelle - em homenagem a Susan e ao pai, Samuel - nasceram em 2005, por inseminação artificial em barriga de aluguel.


Essa mulher, que ganhou cerca de 24 milhões de dólares usando talento e brilho, os perdeu em poucas semanas e está falida, penhorando sua obra.
A mesma mídia internacional que a celebrou, incluindo nossos grandes jornais e revistas semanais, encarregou-se de apagar todos os méritos e enfatizar a bancarrota.


Fracasso de celebridade vende mais que seus méritos.

É assim que funciona o sistema, infelizmente.

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