Começa hoje retrospectiva 'Eternamente Jovem" que exibe clássicos de Hollywood,produções de Tv,documentários e objetos do mito que influenciou gerações
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“Ele TEM que estar nos vendo”, foram as últimas palavras de James Dean ao carona no
banco ao lado - o mecânico Rolf Wüterich - antes da colisão de seu
Porsche com um carro dirigido pelo estudante universitário Donald
Turnupseed, quase cego pelo sol que batia direto no parabrisa.
A
caminho de uma corrida em Salinas, California, a viagem e a vida
acabaram para Dean em 30 de setembro de 1955 na estrada deserta.
O mecânico e Turnupseed sobreviveram. Aos 24 anos, Dean morreu numa ambulância a caminho do hospital. As investigacões policiais concluíram que tudo foi uma fatalidade.
O ator mais famoso de seu tempo, que mudou os rígidos conceitos sobre
a masculinidade, havia gravado duas semanas antes uma campanha
publicitária sobre segurança no trânsito, cujo slogan era” "Drive
carefully, the life you save may be mine" ( dirija com cuidado, a vida
que você vai salvar pode ser a minha).
James Byron Dean nasceu em 8/3/1931 em Marion, Indiana, filho único de Winton e Mildred. A mãe morreu quando ele completou nove anos, sendo o pequeno enviado aos avós, que se encarregaram de sua criação.
Desde os tempos da Fairmount High Schol, jogava basquetebol, praticava ginástica olímpica e atuava em peças estudantis.
Em
1951, viajou para Nova York e se matriculou no Actor’s Studio de Lee
Strasberg. Apesar de ser um aluno relapso, desenvolveu técnicas pessoais
de atuar, sendo comparado aos grandes nomes da época, como Montgomery
Clift e Marlon Brando.
Fama em cinco dias
Trabalhou em comerciais de televisão e participou, como ator coadjuvante, da peça See the Jaguar de Richard Nash, que ficou em cartaz apenas 5 dias.
Tamanho
era o talento de Dean, interpretando o adolescente filho de mãe
possessiva, que esta pequena exposição acabou rendendo, em 1954, um
papel na Broadway. Interpretou o árabe que seduz um turista britânico
na peça “O imoralista’, de André Gide” Por este trabalho ganhou o prêmio
David Blum para novos talentos.
Rumo a Hollywood
Três semanas depois da estréia, deixou a equipe teatral por um contrato irrecusável - filmar Vidas Amargas (East of Eden – 1955), com Elia Kazan. Mesmo se desentendendo com o consagrado diretor, Dean deixou para a posteridade uma calorosa interpretação do personagem Cal - protagonista do drama familiar baseado no romance de John Steinbeck.
Em pouco mais de um ano, Dean construiu uma carreira no cinema, em três papéis diferentes, mas que tinham em comum sua sedutora presença.
Fora
das telas, estudava dança com Eartha Kitt, pintava quadros eróticos
sobre touradas e disputava corridas de automóveis, enquanto namorava os
atores Clifton Webb, Bill Bast, Jack Simmons e o produtor Rogers
Brackett.
O romance com a italiana Pier Angeli calou um pouco as fofocas sobre sua sexualidade, mas a atriz logo rompeu o relacionamento para se casar com o cantor Vic Damone.
Rebelde sem Causa
Juventude Transviada (Rebel without a Cause
-1955), que chegou às telas após sua morte, foi um filme sobre
alienação e medo, agregando um subtexto gay aos personagens
protagonizados por Dean (Jim Stark) e Sal Mineo (Plato).
Ali
nasceu o clichê de filho rebelde exibicionista, furioso que afronta a
família para esconder uma profunda solidão. No entanto, nada mais é que
um inocente em busca da própria identidade.
Sai o ator entra o piloto
O terceiro trabalho de James Dean foi o filme Assim caminha a humanidade ( Giant, de George Stevens – 1956). Nesta película, o personagem de Dean, Jett Rink, cumpre uma mirabolante trajetória de fazendeiro a magnata do petróleo, um transgressor na juventude que acaba em inevitável declínio.
Terminadas as filmagens de “Assim caminha a humanidade”, sai de cena o ator James Dean dando lugar ao moço fanático por corridas de automóveis e torneios de velocidade.
Viajando na cabine do caminhão plataforma que levava seu carro a Salinas,California, resolveu assumir o volante do Porsche 550 Spider número 130. Uma hora depois - nas proximidades da cidade de Cholame (EUA) -avistou o Ford Custom Tudor 1950, de Donald Turnupseed na contramão.
Ali começou o culto obsessivo e fanático pela imagem de Dean, transformado em ícone e símbolo da cultura dos anos 50.
Viveu com pressa, morreu jovem, diz a canção “James Dean”, interpretada pela banda “The Eagles” - um hit de 1974.
Nos dois anos seguintes à sua morte, concorreu a dois prêmios Oscar póstumos por “Vidas Amargas” e “Assim Caminha a Humanidade”.
Filmes, peças, documentários e imagens eternizaram o carisma de James Dean.
O Festival de Cannes de 2005 lembrou o cinquentenário da morte em parceria com a revista Variety, com a exposicão ''Um olhar longo sobre uma vida breve'', nos corredores do Palais du Festival.
No início de junho, 150 mil pessoas se reuniram na cidade natal de Dean - Marion, Indiana - durante as festas de inauguracão da maior tela
de cinema do mundo a céu aberto, que projetou documentário inédito e
versões digitalizadas dos filmes de seu filho mais célebre.
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