quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Florence Nightingale

 


Enfermeira britânica 

Pioneira no tratamento a feridos 

de guerra

(Florença, Itália1820

Londres-1910)


  



Traduzi e adaptei o texto original de Tina Gianoulis

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Famosa como  patrona da enfermagem moderna, Florence Nightingale foi muitas vezes descrita como abnegada,benfeitora e tímida. 

 

Na verdade, firme e inflexível reformadora que enfrentou  muitas das instituições mais poderosas de sua época, lutou  pelo direito de ter uma carreira e uma identidade individual na atmosfera sufocante da Inglaterra Vitoriana. 


Recusou-se a assumir as  funções limitadas de esposa, mãe e  "ornamento social" disponíveis para as mulheres de classe média da época

Ao contrário, desenhou um papel significativo para si mesma, e, durante este processo, pavimentou o caminho para a enfermagem profissional como uma escolha de carreira para  mulheres de todo o mundo.

 

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 Nasceu em 12 de maio de 1820 numa rica família inglesa 
bem-relacionada que  vivia em Florença,Toscana  .


Por isso, Florence recebeu o nome em inglês da cidade em que nasceu,

 Foi educada pelo pai, que lhe ensinou,em casa, grego, latim, história e matemática.   

Bem jovem,  percebeu de que sua vocação  era   cuidar dos doentes.  

A família ficou horrorizada com essa revelação porque a atividade era considerada uma ocupação para as mulheres de classe baixa . Florence Nightingale persistiu  e, em 1850 ,começou a estudar enfermagem no Egito, Alemanha e França.  

 

Em 1853, foi designada para um trabalho não remunerado, supervisionando um hospital de mulheres em Londres.

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O evento que mudaria para sempre  sua vida  foi a Guerra da Criméia, em que a Inglaterra,  aliada com a França e Turquia lutava contra a Rússia.  

 

Quando a guerra começou, em 1854, o Ministro da Guerra inglês  pediu que ela conseguisse um grupo de  38 mulheres para  cuidar das tropas, que estavam morrendo de doenças mais do que em combates.  

Uma abordagem rigorosa e eficiente do grupo chefiado por Nightingale  ajudou a reduzir a taxa de mortalidade por doenças como  cólera,  tifo e disenteria de quase 50% para 2%.  

 

Ela ficou irritada e frustrada pela indiferença e incompetência da burocracia do exército e chegou mesmo a se sentir   responsável por muitas mortes entre os combatentes

.Protetora de seus pacientes os observava,  pessoalmente, dia e noite.  

 

A  imagem dela, passando  por entre  intermináveis ​​filas de macas à noite, iluminando  o caminho com uma lâmpada, foi enviada  para Londres por correspondentes de guerra. 

Ao voltar para a Inglaterra, tinha se tornado famosa através dos muitos artigos escritos sobre ela no jornal  Times.  

 

Embora a sua própria saúde tinha sido  afetada por  dois anos extenuantes   na Criméia, ela usou sua fama para trabalhar pelas as causas em que acreditava :uma profunda reforma nos serviços médicos de guerra e programas de criação e treinamento para enfermeiros.  

Transformada em uma figura pública bem conhecida,  foi procurada por muitos líderes mundiais para aconselhamento a respeito de questões de saúde.  

 

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 Uma doença crônica nos últimos 50 anos de  vida e seu status como  inválida provocavam mais reverância das pessoas.Usou o medo que a doença inspirava para defender a causa da medicina preventiva e melhor tratamento médico para os pobres.
 

Embora muito do trabalho de Florence Nightingale tenha melhorado a vida de   mulheres , ela teve pouca afinidade com elas, preferindo a amizade de homens poderosos.

Talvez sentisse afinidade com o sexo masculino pois muitas vezes se referia a si mesma como  "um homem de ação" . 

No entanto, teve várias amizades importantes e apaixonadas com as mulheres. 

 Quando jovem, a  atração  que sentia por uma das tias e  uma prima era quase como  a  de um comprometimento amoroso.   

Mais tarde na vida, manteve uma correspondência prolongada com uma freira irlandesa, Irmã Mary Clare Moore, com quem tinha trabalhado na Criméia.

 

 E a  mais amada confidente era Mary Clarke, uma inglesa que  conheceu em 1837 e com quem  manteve contato durante toda a sua vida. 

Apesar destas ligações emocionais profundas com mulheres,grande parte dos biógrafos  acredita que ela permaneceu celibatária , talvez porque sentia uma vocação quase religiosa pela carreira, ou  porque  viveu num tempo de tremenda repressão sexual.  

Seus relacionamentos podem ser descritos como "amizades românticas." 

Morreu 15 de agosto de 1910, na Inglaterra.


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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Dez verdades que você precisa saber sobre o mundo gay . por Rodrigo Sánchez

 


 Sou mãe de um filho homossexual que muito admiro e respeito. 
Compartilho com você este excelente texto de Rodrigo Sánchez.


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"Quando discursos como os de Jair Bolsonaro e Marco Feliciano, 
que defendem a “família” e os “bons costumes”, são valorizados
 por uma parcela crescente da sociedade, uma ameaça perigosa ganha
força. 


Mais que bastante questionáveis, posturas assim 
são agentes legitimadores da 
violência em todas as suas variações. 
Entenda:
Uma criança que nasce gay e cresce no seio de uma família repressora tem, basicamente, três destinos predeterminados na vida: 

1. aceitar a sua condição e ser feliz, geralmente longe dos parentes;
 2. cometer suicídio, ou 3. absorver esses valores, crescer rejeitando a sua sexualidade, formar uma família heterossexual e manter relações extraconjugais com pessoas do mesmo sexo.
Saber que as alternativas 2 e 3 são assustadoramente comuns basta para chegarmos à conclusão de que alguma coisa está errada.
O discurso da família e dos bons costumes pode convencer muita gente, mas, da maneira como é passado adiante, serve de base para uma série de tragédias pessoais que interrompem e afetam gravemente o curso de histórias que poderiam ter um fim muito diferente.

4. A homossexualidade não tem qualquer relação com a pedofilia.

É muito comum que as pessoas associem a homossexualidade à prática da pedofilia. Por favor, não. Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. A pedofilia é um desvio sexual que pode acometer pessoas de qualquer orientação.
Seus filhos não correm mais risco ao serem deixados sozinhos com um gay que com um heterossexual. A pedofilia é uma questão independente da orientação de cada um. 
Pior: muitas vezes a violência está dentro de casa e vem de quem menos se espera.

5. Gays não querem necessariamente ser, agir ou se vestir como o sexo oposto.

Sexualidade e identidade de gênero não devem ser encarados como conceitos engessados, mas é preciso compreender que existem diversas tendências de comportamento e que a palavra gay não dá conta de todas elas.
A homossexualidade pode ou não estar associada à transgeneridade, à transexualidade etc., o que significa que, não, um gay não vai necessariamente se transformar aos poucos numa figura que se apresenta à sociedade como a do sexo oposto.
Não existe uma “evolução” gradativa da homossexualidade (o que desmonta a teoria de Jair Bolsonaro, que diz que falta pouco para que rapazes cheguem em casa com unhas pintadas e batom, pois já usam brincos).
 A questão da identidade de gênero é uma necessidade maior, inerente a cada indivíduo. 
Naturalizar e respeitar essa necessidade não vai incentivar que as pessoas adotem esse comportamento do nada, do zero. Vai, sim, permitir a quem já tem essa necessidade a possibilidade de expressar a sua natureza com orgulho e dignidade.
E se esta for a vontade de alguém próximo, qual é o problema? Tem dúvidas sobre como agir? 

6. Você convive todos os dias com pessoas que admira e que talvez não desconfie que sejam gays.

Certa vez conheci uma senhora, a dona Ana, com quem conversei por algum tempo num trajeto qualquer de ônibus. Eu a ajudei a passar com uma bolsa pesada pela roleta e me sentei próximo dela ao longo da viagem.
Gosto de ouvir histórias e costumo dedicar mais atenção do que as pessoas esperam ao que elas têm a me contar. 
Conheci alguns detalhes da vida da dona Ana, contei algo da minha rotina e lá estávamos nós em mais um desses esbarrões inesperados que nos brindam com um pouco mais de humanidade em meio à correria mecanizada e antipática do dia a dia.
Até que, pouco antes de fazer sinal para descer no ponto seguinte, a dona Ana resolveu me elogiar. Para ela, eu era “um rapaz à moda antiga, educado e atencioso como há muito não se vê, bem diferente dessa juventude cheia de coisas erradas que faz do mundo algo cada dia pior”. E aí ela fez referências a jovens drogados, mimados, acomodados… e aos homossexuais.
Talvez ela tivesse repensado essa opinião se pudéssemos ter conversado por mais alguns minutos. 
Não deu. Então, penso: quer dizer que a questão da sexualidade faria todos os elogios caírem por terra? Talvez não, mas, assim como me pareceu ser com a dona Ana, muita gente não consegue conceber a ideia de que um gay possa ser uma pessoa com boas qualidades.
Admire as pessoas pelo que elas são, não pela sua sexualidade.7. Promiscuidade, drogas e doenças não definem e não são exclusividades do mundo gay.
Muitos pais relatam que aceitam a homossexualidade dos filhos, mas têm medo que eles sejam influenciados a experimentar drogas ou adotar um comportamento promíscuo.
Se você tem filhos, essa preocupação não deveria depender da orientação sexual deles. O conceito amedrontador de um pretenso grupo de risco, teoricamente mais exposto a determinados problemas, dá lugar, hoje, à ideia de conduta de risco. Sejamos hétero ou homossexuais, não estamos a salvo de qualquer coisa e não devemos estigmatizar as pessoas.

8. Casais gays em novelas não são uma “incitação à homossexualidade” e nem mesmo serão capazes de influenciar seus filhos a serem gays.

Todo produto cultural tem uma função social. Você pode achar as novelas da Globo um lixo, mas não pode negar que, bem ou mal, elas são fonte de diversos debates e ajudam, consequentemente, a construir parte da identidade nacional.
Precisamos começar a consumir esses produtos com mais senso crítico. Se um enredo nos apresenta a uma neta que bate nos avós, ele não quer ensinar que netos devem bater em avós. A intenção do autor é exatamente o contrário: mostrar quão abominável é bater nos avós.
A presença cada vez mais frequente de gays na TV não quer (nem seria capaz de) influenciar qualquer pessoa a se tornar gay, mas ajudar a naturalizar uma realidade que precisa ser tolerada pela sociedade.
 Pode influenciar, no máximo, um gay que se esconde de si e dos outros a ter mais orgulho de quem é, diferentemente do que tantas pessoas o fizeram crer ao longo da vida. E não, isso não é ruim.
Já a exploração de estereótipos exagerados e que nem sempre representam a comunidade gay com o respeito que deveriam é papo para outro momento.

9. Os gays não querem privilégios, querem igualdade de direitos.

Criminalizar a homofobia é preciso, entre outros motivos, porque o nosso país é recordista mundial em crimes motivados especificamente por ódio à população LGBT. Uma lei que favoreça essas pessoas pode reduzir a impunidade e ajudar a tirar o país desse vergonhoso ranking.
O casamento civil igualitário, por sua vez, dá aos casais homossexuais, que são mais uma entre as diversas novas concepções de família, todas dignas de respeito, os direitos que casais héteros têm desde sempre.
 Por que o tratamento deveria ser diferente? Por que se opor, por exemplo, à adoção, por parte de casais gays, de órfãos e crianças abandonadas? Isso não ameaça a família tradicional.

10. Os gays não querem dominar o mundo nem converter você ou os seus filhos.

Não absorva a causa gay como uma imposição de valores. 
Ela é uma luta por respeito e igualdade. Nenhum homossexual em sã consciência quer varrer o mundo com uma tsunami gay. 
Termos como “ditadura gayzista” e “heterofobia” não fazem sentido simplesmente porque a causa gay não pretende (nem é capaz de) impor qualquer comportamento ou “destruir a família”. 
Você acha que vai se tornar gay depois que o casamento civil igualitário e a criminalização da homofobia se tornarem realidade? Eu respondo por você: não, ninguém vai. E mais: preservar e incentivar a tolerância e o amor que existem nas crianças não é capaz de “convertê-las” à homossexualidade. Nada será capaz disso se elas não forem homossexuais. É básico.
Entenda, ainda, que o que se diz deixa de ser opinião e se torna um discurso de ódio a partir do momento em que fere os direitos de outra pessoa e incita a violência. “Enfrentar a minoria” e “tratar os homossexuais longe daqui”,como propôs o ex-candidato à presidência Levy Fidelix em rede nacional, é, mais que uma postura absurda, uma legitimação à intolerância que fere gravemente a dignidade de centenas de milhares de pessoas e leva a casos como este:

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sábado, 30 de dezembro de 2023

História do Brasil LGBT por Eduardo Bueno - canal Buenas Idéias

 

EduardoBueno


Sou inscrita neste imperdível,instrutivo e divertido canal. Recomendo muito!

Curta este episódio no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=BOyGG_Pc8hY


"A homossexualidade existe desde que o mundo é mundo, em todas as comunidades humanas das quais se tem registro.

Muito mais recente do que a homossexualidade é a repressão dessas práticas, que só se tornou sistemática a partir do avanço da Santa Inquisição que, não satisfeita em perseguir só europeus, veio ao Novo Mundo espalhar terror e retrocesso.

Neste episódio, Eduardo Bueno relembra as histórias de homossexuais, travestis, transexuais e hermafroditas dos primórdios do Brasil, presentes tanto nas tribos indígenas como nos grupos dos colonizadores portugueses e espanhóis.

Afinal, a luta pela igualdade de gênero e pelos direitos da comunidade LGBT mais e mais é cada vez mais atual - e o canal Buenas Ideias está na chuva para se molhar."


terça-feira, 19 de dezembro de 2023

" Bom Crioulo " de Adolfo Caminha

.  Valentim Magalhães "destilando ódio pelas comissuras dos lábios",como diria Nelson Rodrigues
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"Romance de 1895 que retrata relação gay e inter-racial, 'Bom crioulo' ganha nova edição

Seção Livros de "O Globo"

Ainda polêmica depois de enfrentar preconceito em seu tempo, obra agora é acusada de racismo e homofobia""



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" O Bom Crioulo é um romance de Adolfo Caminha,  publicado em 1895 , considerado por alguns críticos como o primeiro romance homossexual na história de toda a literatura ocidental". 


(Wikipédia)

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O texto,na íntegra, você encontra em :

 http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/bomcrioulo.html

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Análise Literária (Gazeta do Povo)
 www.youtube.com/watch?v=BUyaM4QPyZ0

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Sobre Adolfo Ferreira dos Santos Caminha

 Linha do Tempo

Casa onde nasceu Adolfo Caminha

*29/5/1867-Nasce em Aracati,Ceará,filho de Raymundo Ferreira dos Santos Caminha e MariaFirmina Caminha.negociantes,primogênito dos cinco filhos do casal.

*1877-Morte da mãe,vitimada pela grande seca que atingiu o Nordeste. 
 Órfão,  foi para a casa de parentes, em Fortaleza.

 *1883- Vem para o Rio de Janeiro morar com um tio, que o matricula na Escola Naval.

* 1884 - Aos 17 anos, fez um discurso na presença do imperador Pedro II , e declarou-se "contra o anacronismo da escravidão e do Império".

Durante as viagens  de instução escreveu as crônicas "No País dos Ianques"  

*1885- Formatura.
 Apesar da declaração, formou-se no ano seguinte como guarda-marinha.
 

*1886 Publicou os poemas "Vôos Incertos" e os livros de contos "Judite e Lágrimas de um Crente". 
Durante suas viagens  escreveu as crônicas "No País dos Ianques" (1894).
 

*1888-É transferido  para  Fortaleza

Ali,apaixona-se por Isabel Jataí de Paula Barros,casada com um alferes, que abandona o marido para viver com o Tenente. 

O casal teve duas filhas, Aglaís e Belkiss. 

Pelo escândalo provocado na sociedade local foi obrigado  a deixar a Armada.  
Mesmo com a interferência do Ministro da Marinha, a pressão foi tremenda.
Adolfo Caminha pediu baixa e seguiu para o Rio de Janeiro com sua mulher e as filhas.

* 1891-Passou a trabalhar como funcionário público na Tesouraria da Fazenda e colaborou em jornais como o Jornal do Commércio, Gazeta de Notícias e O País usando o pseudônimo Felix Guanabarino. 


Capa de uma das edições de "A Normalista"

 *1893-Publicação de "A Normalista" :

Como Nelson Rodrigues viria a descrever em seus romances ambientados nos subúrbios do Rio na 2a metade do século XX ( é minha opinião pessoal!), conta a história de uma jovem que tendo um namorado rico engravida do padrinho encarregado de sua criação e casa-se com um alferes da polícia.  
  

*1895 -Publicação de "O Bom Crioulo",que aborda a homossexualidade.
Antes,no mesmo ano,saiu o livro de críticas "As Cartas Literárias",com a seguinte dedicatória :  "A Isabel C***. Quero que o nome dela fulgure como uma legenda de ouro à primeira página de meu livro"

*1896- Fundou o semanário "Nova Revista" e publicou "Tentação"


*1897-Grandes dificuldades financeiras, saúde abalada pela tuberculose.Morre no Rio no dia 1º de janeiro,aos 29 anos.

Deixa incompletos os romances "Angelo" e " O Emigrado"
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A Padaria Espiritual

Caminha fez parte deste grupo literário fundado por Antonio Sales no centro de  Fortaleza em 30/5/1892, composto de escritores,pintores e músicos que se reuniam na Praça do Ferreira.

O objetivo era chamar a atenção da população para a literatura,naquela altura um tanto "esquecida" e,através da arte,protestar contra a burguesia,o clero e tudo o que fosse tradicional, 
como está no programa do movimento e não permitindo "que se usassem, em quaisquer publicações, palavras estrangeiras  numa postura radicalmente 

nacionalista".  



o ponto de reunião da Padaria Espiritual


O jornal "O Pão",divulgando as idéias teve 36 números publicados entre 1892 e 1896, quando a "caquexia pecuniária",ainda segundo o mesmo Antonio Sales,matou o projeto.

De qualquer forma,os "padeiros" fizeram nascer o 

simbolismo no Ceará assim como foi consolidaram o 

Realismo brasileiro, que inspirou Caminha em suas obras.

domingo, 10 de dezembro de 2023

10 DE DEZEMBRO. DIA internacional dos Direitos Humanos


 "Dignidade e justiça para todos nós"


Para apontar os direitos básicos de todo ser humano e deixar firmada a repulsa contra as barbaridades do nazismo e do fascismo que o mundo viveu na segunda guerra mundial, a Organização das Nações Unidas adotou ,no dia 10 de dezembro de 1947, um documento firmado em Paris onde se comprometia a fazer respeitar o direito a uma vida com liberdade e igualdade para todos os homens,sem distinção de raça. cor e credo.
Exatos 75 anos depois,muito a fazer ainda para o que parece utopia nesse momento cruel em que vivemos possa se transformar em realidade. 
   .
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Cronologia dos direitos humanos (fonte Wikipedia) 

“Os Direitos Humanos, segundo alguns autores, têm origens nas remotas democracias gregas, com os Direitos da Cidadania. Assim, os primeiros direitos humanos teriam sido os direitos civis e políticos. *A Declaração de Independência (1776) dos estados Unidos da América e a declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) da Assembléia Constituinte Francesa, constituem a vertente liberal e individualista da história dos Direitos Humanos.
*No século XVIII esses direitos tinham um cunho individualista (primeira geração), mas a partir do século XIX surge a vertente social dos direitos humanos (segunda geração), juntamente com a industrialização.
* Em 6 de janeiro de 1941, foram proclamadas, na Carta do Atlântico, as quatro liberdades consideradas essenciais: a liberdade do pensamento, liberdade de não ter medo, liberdade de imprensa e liberdade de religião.
*Em 10 de dezembro de 1948, proclamou-se, na Assembléia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que no caráter abrangente dos seus trinta artigos visa garantir não somente os direitos civis, mas também os direitos sociais”
 Íntegra da Declaração Universal dos Direitos Humanos *************
Artigo I - Todos os Homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
Artigo II - 1) Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2) Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo III - Todo homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV - Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V - Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. <
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Artigo VI - Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.
Artigo VII - Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viola a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII - Todo homem tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou por lei.
Artigo IX - Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo X - Todo homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação contra ele.
Artigo XI - 1) Todo homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias à sua defesa.
2) Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela, que no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo XII - Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Todo homem tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo XIII - 1) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.
2) Todo homem tem direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
Artigo XIV - Todo homem, vítima de perseguição, tem direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo XV - 1) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
2) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
Artigo XVI - 1) Os homens e mulheres maior de idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2) O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
3) A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.
Artigo XVII - 1) Todo homem tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2) Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo XVIII - Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Artigo XIX - Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios independentemente de fronteiras.
Artigo XX - 1) Todo homem tem direito à liberdade de reunião e associações pacíficas.
2) Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo XXI - 1) Todo homem tem direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
2) Todo homem tem igual direito de acesso ao serviço público de seu país.
3) A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou por processo equivalente que assegure a liberdade do voto.
Artigo XXII - Todo homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, e à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo XXIII - 1) Todo homem tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2) Todo homem, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
3) Todo homem que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4) Todo homem tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.
Artigo XXIV - Todo homem tem direito a repouso e lazer, inclusive à limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo XXV - 1) Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
2) A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
Artigo XXVI - 1) Todo homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.
3) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Artigo XXVII - 1) Todo homem tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de usufruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2) Todo homem tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.
Artigo XXVIII - Todo homem tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo XXIX - 1) Todo homem tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2) No exercício de seus direitos e liberdades, todo homem está sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito aos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3) Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo - XXX - Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

Organização das Nações Unidas, Paris, 10 de dezembro de 1948
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ISADORA DUNCAN E ELEONORA DUSE.- A amizade virou amor

  Famosas, aclamadas, deusas para seus admiradores, Isadora Duncan - a criadora do ballet moderno e Eleonora Duse - considerada em sua época...