ENVELHECER SENDO LGBTQIA+

 

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TTradução,edição e adaptação do artigo "Aging", de Teresa Theophano,escritora freelance e assistente social especializada em organizar comunidades de  população LGBT.                 

                                                     (Steve Moors)

Editora do "Queer Quotes" (Beacon Press, 2004).

O processo de envelhecimento inclui muitos aspectos positivos, entre os quais  maturidade, sabedoria e  noção de perspectiva de vida.
Muitas pessoas, especialmente  os que têm a sorte   gozar de boa saúde e segurança financeira, encontram seus últimos anos como  o momento mais gratificante e satisfatório de suas vidas.  

Ainda assim, alguns acham  que  envelhecer em uma sociedade centrada na juventude traz  desafios emocionais e físicos.
 

Embora grande parte do medo da chegar à idade avançada  seja baseado em estereótipos e mitos em vez de realidade, não há dúvida de que a perspectiva de envelhecimento traz consigo inúmeras preocupações com problemas de saúde e financeiros,luta para manter a autonomia,  medo de solidão e a possibilidade de isolamento social.  

Quase todos esses problemas são exacerbados pelo preconceito de idade e partilhados por adultos mais velhos, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero

Há alguma evidência de que lésbicas e gays, tendo lidado com as questões de estigma e discriminação, são realmente mais capazes de lidar com as tensões do envelhecimento do que seus companheiros heterossexuais. 
A

lém disso, homens e mulheres homossexuais integrados em comunidades de iguais   desenvolvem redes de amigos e vida social, benéficas para aliviar o processo de envelhecimento. 
A  

cultura lgbt é  praticamente isenta do preconceito de idade amplamente presente na sociedade em geral.

 Homossexuais idosos são raramente (quase nunca)representados na mídia ,o que tende a manter um arquétipo homogêneo atrativo masculino. 

A partir de 2011, a chamada geracão "baby boomer" vai se aproximar da aposentadoria.As estimativas  mostram que até o ano de 2030, entre quatro e seis milhões de adultos glbtq serão cidadãos seniores.
 (A atual definição de baby boomer  refere-se aos filhos da Segunda Guerra Mundial, já que logo após a essa houve uma explosão populacional).

Nascidos entre 1943 e 1960, hoje são indivíduos que foram jovens durante as décadas de 60 e 70 e acompanharam de perto as mudanças culturais e sociais dessas duas décadas,)

Saindo do armário 
  
A falta de visibilidade das pessoas LGBT mais velhas também está relacionada com os ambientes sociais diferentes em que as gerações mais velhas e mais jovens foram criados. 
 Atitudes em relação à homossexualidade em décadas anteriores eram muito mais repressivas  do que   hoje.  

Gays, lésbicas, bissexuais e pessoas idosas que cresceram em tempos  opressivos  certamente nunca se mostraram publicamente como tal,  enquanto o termo "transgênero" só entrou em nosso léxico há muito pouco tempo,parcerias do mesmo sexo em décadas passadas eram muitas vezes auto-definidas como "amizades"  .  

Em outras palavras, não havia nenhum "estilo de vida gay"  .

 Devido a estas circunstâncias, muitos indivíduos mais velhos podem ter nunca se sentiu seguros o suficiente para sair, do armário. exceto talvez para os seus amigos e parceiros mais próximos.  

Na "clandestinidade" eles também  não devem ter tomado as medidas legais que possam garantir os direitos dos seus parceiros ou o reconhecimento de famílias alternativas. 

Idosos LGBT assumidos  podem encontrar discriminação no sistema de saúde, as oportunidades de emprego, com base não só na  idade, mas por conta de sua orientação sexual.  
  
  Família 

Comunidade Famíliar, tal como definida por pessoas lgbt , nem sempre implica uma rede de relações de sangue.  

Quando os pais, crianças, e, por vezes, os irmãos são incapazes ou não dispostos a aceitar as pessoas como são, historicamente  elas viram-se para os   amigos. 
 

Estes membros"escolhidos" muitas vezes se tornam cuidadores e ajudam a prevenir a solidão e o isolamento que afeta muitos idosos  homossexuais. 

O senso de comunidade que as pessoas lgbt podem experimentar  é uma ferramenta importante e poderosa que  vai se prolongar até  a idade mais avançada. 

É um sistema de apoio que pode permanecer durante toda a vida, e pode ser especialmente importante  mais tarde. 

Outro ponto forte entre os homens e mulheres homossexuais mais velhos é a sua resistência em face do estigma e da discriminação de homofobia. 

Além disso, os indivíduos mais velhos podem experimentar a aposentadoria como uma oportunidade para que se  tornem mais plenamente envolvidos na cultura lgbt e no movimento pela igualdade pois,nesta fase em suas vidas,existem menos riscos financeiros e sociais.

  Transgêneros

   O termo "transgênero" é relativamente novo e pode implicar muitos tipos diferentes de transgressão de gênero .

Muitos anciãos transexuais experimentam uma discrepância entre os seus corpos físicos e suas identidades de gênero.  
Embora algumas pessoas transexuais mais antigos  tenham recebido terapia hormonal, o mais velho trans que foi submetido a uma cirurgia de confirmação de gênero é uma raridade.  

Tais cirurgias  surgiram depois de  1940 e ,pelo alto custo.s  não eram uma opção para muitas pessoas que estão agora mais de 75 anos.

 Os procedimentos persistem caros  no presente, mantendo-se inacessíveis para a maioria dos indivíduos transgêneros. 
Para um adulto mais velho cuja anatomia não corresponde à sua identidade de gênero, a privacidade é tremendamente importante. 

 Isto significa que a assistência médica que requer  despir a roupa pode, mesmo em caso de emergência,ser recusada.

E todas as advertências sobre cuidados em casa  podem ter consequências ainda mais graves para a pessoa idosa transgênera. 
 

É fundamental que quem trabalha na área de saúde desenvolva uma melhor compreensão das preocupações transgêneras. 

 Como a população de idosos lgbt se expande, pode-se esperar que a investigação sobre este grupo aumente e recursos adicionais  sejam disponibilizados. dentro e fora da comunidade.