*Gostaria de lembrar que mesmo que o acolhimento lhes falte em casa, como diz uma querida amiga minha, "há braços".
Abraços virtuais ajudam.
Existem pessoas (como eu faço há quase 30anos) que se dedicam a acolher, entender,não julgam e nem criticam.
****************************
Transcrevo aqui , logo abaixo,matéria publicada em
https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias
O Psicólogo Felipe Gonçalves, Psicoterapeuta pessoal e de casais, respondeu algumas perguntas sobre o suicídio entre o público LGBT+, que não está desassociado de questões familiares, a culpa, e religiosidade.
"Atuo como Psicólogo clínico com foco nas questões da sexualidade e da população LGBT, sendo também consultor em diversidades, numa empresa que presta serviços para área educacional e corporativa.
Nos mais variados ambientes, LGBTs ainda enfrentam preconceitos e dificuldades na garantia dos seus direitos humanos básicos.
Quando buscam e aderem à psicoterapia, ao longo do processo relatam o desamparo vivido na família, na escola e religião, as inúmeras barreiras no acesso ao mercado de trabalho, enfim, na sociedade como um todo.
É quase impossível ser LGBT e não internalizar todas essas mensagens negativas impostas socialmente desde a mais tenra infância. Em meios às lutas, também precisamos elaborar os lutos”.
“O preconceito contra pessoas LGBTs é algo estrutural em nossa sociedade. A família representa, na maioria das vezes, o primeiro e núcleo de socialização do sujeito. \
É na família, sejam quais forem os arranjos existentes, que podemos vivenciar experiências de amor, de proteção e cuidado, como também experiências de abandono, desamor e rejeição.
A escola também colabora reproduzindo os modelos impostos na sociedade, através da normatividade dos corpos e vivências.
A religião também pode contribuir significativamente para a manutenção das crenças de normatividades das identidades de gêneros e/ou orientações afetivo-sexuais.
Esses fatores inter-relacionados podem contribuir significativamente desde a ideação suicida ao suicídio”.
Saúde Pública
“As políticas públicas afirmativas para a população LGBT são extremamente importantes para garantia dos direitos e equidade social com os demais grupos.
Precisamos convidar as famílias, a escola e a religião para esse debate, possibilitando espaço de escuta, acolhimento e pertencimento.
Precisamos rediscutir os modelos de masculinidades tóxicas em nossa sociedade. A vivência dessas masculinidades é um dos fatores que colaboram para o comportamento suicida em homens, pois desde pequenos, são ensinados a não expressarem suas emoções, na famosa crença de “homem não chora”, e portanto, não lida com suas emoções, dificultando a construção de redes de apoio”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário