(traduzi, editei e acrescentei a foto) |
Ao longo do século XX, houve uma associação inegável entre a homossexualidade e moda. Nos dois séculos anteriores, havia um interesse evidente em moda masculina.
A
ilegalidade da homossexualidade e a desaprovação moral vigente, levaram gays e lésbicas a viver sua orientação sexual de forma
praticamente escondida na Inglaterra, América do Norte e em muitas
outras partes do mundo.
Mas encontraram maneiras de expressar suas identidades através de escolhas na moda.
A
adoção de uma série de códigos secretos permitiu que gays e lésbicas
se reconhecessem mantendo-se "invisíveis" para o mundo exterior.
Nos
anos 1960 e os anos 1970, no entanto, as mudanças na sociedade e na
auto-percepção de muitas pessoas gays, levaram-nos a um questionamento na
escolha das roupas tradicionais.
O papel dos homens gays na indústria da moda também mudou, havendo um reconhecimento da contribuição que trouxeram à esta indústria .
Até o movimento dos direitos dos gays nos anos 1960, o desafio mais instigante para os membros da comunidade LGBTQIA + era a capacidade de "passarem " por pessoas heterossexuais.
Em seu inovador estudo Inversão Sexual (1896), o sexólogo Havelock Ellis observou que os homossexuais tinham uma preferência para a cor verde e que ,em Paris, lenços verdes foram usados como um emblema.
Antes da Segunda Guerra Mundial. especialmente em Nova York, uma gravata vermelha era um dos significantes mais conhecidos, mencionado por vários dos homens idosos entrevistados por George Chauncey para seu livro Gay New York (1994).
Na década de 1960, foram os sapatos de camurça particularmente visados na Inglaterra.Qualquer pessoa que os usasse, era vista com desconfiança.
Militância ostensiva
Para alguns homens gays,a escolha do vestuário se tornou um meio de declarar abertamente sua identidade,escolhendo roupas que faziam sua orientação sexual explícita..
Como viviam em uma sociedade onde a crença era que os homens gays tinham almas femininas presas dentro corpos masculinos (e lésbicas almas masculinas presas dentro corpos femininos), alguns tiveram a ousadia de usar itens de vestuário para as mulheres.
Adotar tal aparência era perigoso, pois era arriscado ser homossexual abertamente.
Quentin Crisp (1908-1999) |
Para muitos ,os riscos valiam a pena. Vestir-se de "rainha flamejante" era um meio de entrar na subcultura da sociedade gay.
A adoção dos códigos de vestimenta afeminados começou a diminuir com o aumento da libertação gay, mas continuam a desempenhar um papel na vida da comunidade.
O debate entre os homens gays sobre comportamento feminino ostensivo pode ser resumido nas seguintes perguntas:
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