terça-feira, 10 de março de 2020

Ballets Russes (1909-1962)

 Poster original  (1917) Les Ballets Russes de Diaghilev  




Ballets Russes ou Balé Russo,uma das primeiras multinacionais identificadas como empresa gay (talvez a primeira) ,fez história na dança e na comunidade agora nomeada LGBTQIA+I

A companhia itinerante de ballet emigrada da Rússia e com sede em Paris, esteve ativa de 1909 a 1929,
 se  apresentou  em toda a Europa e em turnês pela América do Norte e do Sul 
A empresa nunca se apresentou na Rússia, onde o clima de comoção e incerteza da época perturbou a sociedade.  



Diaghilev
  A companhia de balé sob Diaghilev


Idealizada pelo empresário artístico e produtor russo  Sergei Diaghilev ( 1872-1929, foto ),um nobre apaixonado por Vaslav Nijinksy, de 19 anos, estrela em ascensão no Imperial Russian Ballet, a companhia é amplamente  considerada como a   mais influente e inovadora do século XX. 

Diaghilev reuniu um grupo de dançarinos dos teatros imperiais e contratou o jovem brilhante
o coreógrafo Michel Fokine para criar um repertório que  colocasse em destaque  o grande talento de Nijinsky. 
"A mulher dançarina"

Outros jovens coreógrafos e mais compositores, designers e dançarinos ali despontaram para a fama  com seus trabalhos encomendados por Diaghilev: Igor Stravinsky, Claude Debussy, Sergei Prokofiev e Maurice Ravel,  Vasily Kandinsky, Alexandre Benois, Pablo Picasso,Henri Matisse e figurinistas Léon Bakst e Coco Chanel.

Os artistas abordavam a pose, o movimento e a plasticidade dos bailarinos russos.  As artes plásticas e a dança se entrelaçaram.
Considera-se que a pintura  introduziu o balé russo no mundo.
"A mulher dançarina", do húngaro Willy Pogany 1882-1955),é um bom exemplo.  


Poder Jovem


Leonide Massine
1913- Depois de despedir Nijinsky que se  se casou com uma admiradora húngara, Romola Pulszky), Diaghilev  contratou Léonide Massine, de dezoito anos, que se tornaria principal diretor da empresa.
dançarino e coreógrafo  nos anos seguintes.
Em 1924, Diaghilev conheceu o último de seus protegidos ,Serge Lifar, de dezessete anos, que se tornou o principal  bailarino da empresa e, mais tarde, se tornou
Serge Lifar
diretor do Ballet da Ópera de Paris.
Após a Revolução de 1918, a companhia Ballets Russes, que,por sinal, nunca havia se apresentado na Rússia foi proibida de entrar em sua terra natal. 

Diaghilev  voltou-se cada vez mais para  
compositores e pintores franceses  como colaboradores de seus coreógrafos.
Nos balés russos, homens gays, qualquer que fosse sua nacionalidade, eram altamente visíveis e sua influência passada  
do ballet para outras formas de arte, como cinema, pintura, música e moda.


Com a morte prematura de Diaghilev, em 1929, o Ballets Russes original, então baseado em Monte Carlo, se dissolveu. 

A partir de 1929


Com a dispersão do grupo, bailarinos e coreógrafos passaram a trabalhar em todas as partes do mundo ou criaram suas próprias companhias, levando sua influência que foi transformadora na história da dança com a proposta “não apenas de passos novos, mas de um novo espírito”.


René Blum, diretor artístico do teatro de Monte-Carlo, assumiu a direção de um grupo de bailarinos da eqipe de Diaghilev. 

Wassily de Basil, chamado de coronel W. de Basil, empresário de balé russo, nascido Vassily Grigorievich Voskresensky em Kaunas, Lituânia-1888., formou em Paris companhia rival

Em 1932, os dois grupos se unem e criam os Ballets Russes de Monte Carlo.


  
Os 'herdeiros "dos Ballet Russes: o crédito do texto abaixo vai para a Wikipedia.
 "Com o nome de Ballets Russes du Colonel de Basil, um dos ramos partiu para a Austrália e, depois, para as Américas, do Norte e do Sul, onde se deixou ficar durante a guerra, assumindo sucessivamente os nomes de Educational Ballet e Original Ballet Russe.

 Em 1947 fez uma temporada de despedida no Palais de Chaillot, em Paris. 
O ramo que ficara em Monte Carlo permaneceu sob a direção de René Blum até a invasão alemã (1940). 
Com os remanescentes da companhia, Marcel Sablon constituiu, ainda no período da ocupação nazista, os Nouveaux Ballets de Monte-Carlo, absorvidos (1944) pela Ballet International, do Marquês de Cuevas, companhia particular sediada em New York. 
Surgiu, assim, o International Ballet of the Marquis of Cuevas, que fez inúmeras tournées internacionais e contribuiu para o repertório do gênero com várias obras.

Os Ballets Russes também exerceram grande influência na Alemanha, que antes não tinha tradições coreográficas, incentivando a criação de “studios” de dança, com Rudolf Von Laban, Mary Wigman, Kurt Joos, entre outros.
É importante frisar a particular influência dos Ballets Russes na França e nos Estados Unidos. 
Na França, com a renovação e enriquecimento do ballet francês, que se achava em decadência e do ingresso de Serge Lifar na “Grand Opéra” e nos Estados Unidos, com a criação da School of American Ballet Theatre e do New York City Ballet, ambos por George Balanchine.
 Outros mestres russos, radicados em Paris, tiveram também importante papel: Preobrajenska, Kchessinska, Egorova, Trefilova, Legat e Novikolf . 

Uma das estrelas do Coronel de Basil, no setor da dança moderna, foi Nina Verchinina, que em fins da década de 1970 lecionava no Brasil"

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 Belo documentário em inglês  sobre os Balets Russes,abrangendo 1909/1929)

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