segunda-feira, 29 de abril de 2019

Vinte anos do massacre de Matthew Shepard


 "  Transforme o ódio em compreensão, compaixão e aceitação”.

      Judy Shepard.mãe de Matthew

Durante uma viagem ao Marrocos, Matthew Shepard já havia conhecido a imagem do preconceito ao ser  atacado por um grupo de seis homens.

Por isso, a  família decidiu que seria mais prudente que  ele continuasse seus estudos nos Estados Unidos, na  segurança da cidade natal - Laramie - um vilarejo com cerca de 26 mil habitantes.
Depois de ver seu  filho, matriculado no curso de Ciências Políticas da Universidade de Wyoming, Judy Shepard voltou tranquila para casa em Dharam - Arábia Saudita - onde seu marido Dennis trabalhava, como engenheiro de segurança,  em uma empresa de petróleo.
Algumas semanas depois, na terça feira 6 de Outubro de 1998, Judy e Dennis Shepard tiveram que fazer uma  angustiante viagem de volta de quase 30 horas.
Antes da chegada do casal, a mídia americana havia enlouquecido e seu sobrenome  ocupava as manchetes, dividindo espaço com os lances do affair Clinton/Monica Lewinsky.

 Matthew estava  com amigos no Fireside Bar and Lounge quando  foi atraído para uma emboscada por Aaron McKinney e Russell Hendersen. Golpeado inúmeras vezes na cabeça com o cabo de um revólver  Magnum 357, queimado, torturado foi abandonado inconsciente pelos agressores encostado em uma cerca, nos arredores de Laramie.
Cerca de 18 horas depois, num  frio congelante  de outono, foi socorrido por um motorista que passava no local. Em depoimento à polícia,  ele declarou que, à primeira vista, pensou que se tratava de um espantalho, tal a deformação causada pelo espancamento.

Morreu cinco dias depois, sem  sair do coma? Motivo do crime? Matthew Shepard era gay.

Judy até hoje não sabe explicar o impacto na mídia, quando tantos crimes hediondos por intolerância sexual acontecem todos os dias. Talvez, diz ela, porque Matthew era frágil, bonito, inteligente. Talvez  porque Wyoming é um dos cenários idealizados da imagem tradicional do cowboy, do macho americano.  Talvez pela simbologia da posição em que foi encontrado : braços estendidos como numa crucificação.
O rumoroso processo terminou com pena de morte para os dois assassinos. Mas nada traria Matthew de volta. Judy e o marido intervieram para que a sentença fosse comutada e transformada em prisão perpétua.
 .
A vida de Judy, depois da perda de Matthew, mudou radicalmente. Já no funeral pediu que flores fossem substituídas por doações para uma Fundação. Decidiu, junto com o marido, lutar por mudanças na legislação para crimes causados por homofobia  e para preservar a  memória de Matthew da forma como ele gostaria de ser lembrado : tornando realidade seus sonhos, crenças e desejos.


Ardorosa defensora dos direitos humanos, viaja 5 meses por ano, fazendo palestras e conferências em Universidades.  

A meta da Fundação Matthew Shepard é educar as pessoas para que substituam o ódio pelas diversidades por compreensão, compaixão e aceitação.
 Judy e Matthew
No momento,  a Fundação desenvolve dois projetos : um livro “Out in the Cold” , que conta as dificuldades de gays e lésbicas habitantes de ruas e um vídeo “A face in the Crowd”, sobre comportamento homossexual nos Estados Unidos.

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Visite o site da  Matthew Shepard Foundation .  http://www.matthewshepard.org

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