sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Virginia Woolf

A colaboração da escritora e editora para a visibilidade lésbica
Virginia Woolf (1882-1941), nome de grande expressão na comunidade lésbica, fundadora da primeira Editora GLS da História - a Hogarth Press - ajudou a difundir trabalhos de muitas escritoras e poetas.

Usando sua reputação pessoal e o poder de penetração da Hogarth, deu visibilidade a causas pacifistas, esquerdistas, liberais e feministas, como o direito de voto para a mulheres.

Apesar de recusar diversos prêmios e honras acadêmicas, Virginia Woolf aceitou receber um prêmio literário importante concedido apenas a escritoras: o “Fémina”, em 1938.
Faca de dois gumes,luzes e sombras

Portadora de psicose maníaco-depressiva, oscilava entre a euforia e a depressão - “a faca de dois gumes” como ela definia sua doença - não tinha um ritmo constante de produção literária, apesar do sucesso de crítica e de público, até nossos dias.
O sofrimento piorou e, após diversas tentativas malsucedidas, Virginia cometeu suicídio por afogamento, no Rio Ouse.


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Adeline
Virginia Stephen Woolf, escritora, crítica literária, conferencista e editora, nasceu e cresceu em uma família culta, onde o pai - Leslie Stephen - renomado homem de letras era o modelo a ser perseguido e mãe, mulher belíssima, um ideal também inatingível.
Criada em ambiente sofisticado, Virginia apresentou desde menina uma personalidade angustiada. A adolescência foi marcada por uma sequência de perdas (mãe e dois irmãos), agravando a doença mental que a acompanhou por toda vida.
O Grupo de Bloomsbury

A família mudou-se para Bloomsbury, na 46 Gordon Square (foto),



Nasce a Hogarth Press

Em 1912, Virgínia casou-se com Leonard Woolf , também membro do Grupo de Bloomsbury.
Em 1917, Leonard e Virginia aprenderam a usar impressora e fundaram a editora Hogarth Press, como tentativa de engajar Virginia num trabalho prático para, de alguma forma, aliviar sua angústia constante.
A Hogarth Press, que funcionou a princípo na sala de jantar da mansão do casal, (Hogarth House em Richmond, Inglaterra) além de dar a Virginia a liberdade de escrever o que desejasse, numa iniciativa pioneira para a época, publicou trabalhos de vários escritores, sendo considerada a primeira editora exclusivamente GLS.
A primeira obra publicada - Two Stories, escrita pelo casal - foi ilustrada por Dora Carrington.

Engajamento GLS


Em 1921, a Editora, agora com equipamentos mais sofisticados, mudou-se para a Tavistock Square. Continuou a publicar livros dos mesmos autores e mais os da escritora Vita Sackville-West , com quem Virginia vivenciou um tumultuado romance.
Traduções da moderna literatura russa da época (Chekhov e Dostoevsky ) foram introduzidas no catálogo da Hogarth, assim como as novelas de Virginia.
Entre 1917 e 1946, foram publicados 525 títulos (34 feitos à mão pelos Woolfs) incluindo traduções das obras de Sigmund Freud, trabalhos de. T.S. Eliot, E.M. Forster, Katherine Mansfield, Robert Graves, H.G. Wells e muitos outros.
 

Ousadia na independência

Vanessa Bell, que sempre colaborou com a irmã e o cunhado desenhando as capas dos livros, criou a logomarca da empresa : uma cabeça de lobo estilizada.
A fama da Editora tinha a ver diretamente com a proeminência de seus proprietários, que puderam ousar publicações experimentais, baseadas no seu gosto pessoal .
A Hogarth Press foi operada pelo casal até o final de 1938,quando Virginia vendeu sua parte na sociedade a John Lehmann.
Ele e Leonard Woolf tocaram a empresa até 1946, quando foi vendida aos diretores da Chatto & Windus, que continuaram a publicar de acordo com a tradição e orientação originais.

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Site comemorativo dos 70 anos da Hogarth Press
http://www.lib.udel.edu/ud/spec/exhibits/hogarth/

Mais sobre o “Bloomsbury Group
http://therem.net/bloom.htm

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