Texto de Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil
O público soteropolitano, incluindo entidades LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), assistiu na noite dessa quinta-feira (3), e em primeira mão, o episódio de estreia do novo programa da TV Brasil, Estação Plural. No Teatro SESI, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, o público estava animado e cheio de expectativas.
Antes da exibição, o diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), Flávio Gonçalves, destacou a importância da representação da comunidade LGBT na TV aberta, pois o Irdeb exibirá o programa, na Bahia, por meio da TV Educadora (TVE). “O Estação Plural é feito com dinheiro público, proveniente do imposto dos cidadãos.
As pessoas LGBT também pagam impostos e têm o direito de se verem e se sentirem representadas nos meios de comunicação. Também devem participar diretamente de um diálogo constante com a produção do programa para opinar sobre o que pode ser melhorado”, disse Gonçalves.
Durante uma hora, os espectadores ficaram atentos ao talk show, apresentado pelas cantoras Ellen Oléria e Mel Gonçalves (Banda Uó) e pelo jornalista pernambucano Fefito. O primeiro convidado a ser entrevistado pelo trio foi o médico infectologista Drauzio Varella, que trouxe o olhar da ciência sobre o estudo biológico da sexualidade e da identidade de gênero. Varela também debateu sobre outros assuntos.
Enquanto apresentadores, convidado e espectadores riam sobre as “mentirinhas contadas no primeiro encontro”, a homofobia foi tratada como assunto sério e condenada, inclusive pelo médico convidado. “Homofobia é fruto básico da ignorância. Como podemos ter controle sobre o desejo das pessoas?”, contestou Drauzio Varella.
Apresentadores LGBT
A primeiro atração LGBT da televisão aberta brasileira é apresentada, também, por pessoas que se identificam com esse universo. Ellen Oléria é negra e lésbica, Fefito é gay e Mel Gonçalves é mulher transexual. Com isso, o espaço de fala dessas pessoas dá abertura para que possam falar do que vivem, no dia a dia, para os LBGTs e ao público, em geral.
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Opiniões do público
Após a exibição do primeiro Estação Plural para o público baiano, foi a vez de representantes de entidades e pessoas da comunidade falarem sobre suas primeiras impressões. “Fiquei muito feliz com o programa, porque é divertido e sério, ao mesmo tempo, mostrando a nossa pluralidade. Vai fazer sucesso e espero que dure muitos anos”, disse Millena Passos, transexual, integrante da Rede Trans e coordenadora do Grupo Gay da Bahia.
O psicólogo e integrante do Coletivo Entidades Negras, Gabriel Teixeira, elogiou a diversidade entre os apresentadores, apesar de ter sentido falta de algum representante bissexual. “Foi apenas o primeiro, não podemos esgotar todas as possibilidades em um só episódio. Parabenizo a TV [Brasil] pela iniciativa, por trazer três modelos de vida tão diversos. Admirei a postura de respeito e humildade de Dráuzio Varela e gostaria que toda a sociedade fosse assim. Vida longa ao programa!”.
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