Mártires da Igreja Ortodoxa e patronos das
uniões homossexuais.
No começo do século 4 dC, Sergio de Resapha e Baco de Barbalissus
- considerados erastai ( casal
de amantes ) - viviam em Coele, Síria.
Eram
dois importantes nobres romanos que
desempenhavam altos cargos no exército do imperador Cesar Maximiano.
Sergio de Resapha como primicerius,
uma espécie de comandante em chefe da tropa de elite e Bacco de Barbalissus
como secundarius, seu auxiliar direto.
O grupo que comandavam, composto de bárbaros,
era chamado de Schola Gentilium ( Escola
dos Pagãos).
Acolhimento e tolerância
A
homossexualidade de Sergio e Baco não
representava nenhum problema. A Igreja católica da época não só recebia bem os gays como os unia em
matrimônio.
Este acolhimento da igreja foi
descrito pelo historiador da
Universidade de Yale John Boswell (1947-1994), autor de inúmeros títulos sobre
o assunto, que publicou suas pesquisas sobre os santos no livro “Cristianismo, tolerancia social e
homosexualidade” (Ed. Munchnik).
Duplo Martírio
Convertidos
ao cristianismo, Sergio e Baco foram denunciados pela recusa de participação
nos ritos pagãos.
Era
tamanho o respeito e estima que
Maximiano tinha pelo casal que não acreditou nos informantes. Para testar sua
lealdade ordenou que oferecessem sacrifício no templo de Zeus e Júpiter e,
quando Sergio e Baco assumiram oficialmente sua fé cristã, a punição foi terrível.
Foram torturados tão severamente com chicotadas que Bacco morreu logo.
Sergio sobrevivente da etapa inicial de
atrocidade, teve que suportar
intensos sofrimentos: correu quilômetros com os sapatos forrados com pregos afiados que lhe atravessavam os
pés e, finalmente, foi decapitado..
Ambos foram enterrados nos arredores da cidade de Resapah.
Anos mais tarde, após a canonização, o Imperador Justiniano construiu em honra de Sergio igrejas em Constantinopla e
Acre. A primeira foi transformada em
mesquita e tem em seu interior raros
exemplares da arte bizantina.
Em Roma
Construída no século VII, existe em Roma uma igreja consagrada a Sergio e Baco. Os dois santos são
representados pela arte cristã como soldados com roupas do exército e
empunhando palmas de flores.
Os primeiros martiriológios do cristianismo registram as atrocidades e
Teodoreto, respeitado historiador da época, confirma a veneração.
Na Igreja
ortodoxa
Aos pés do Monte Sinai (1570 m) onde, conta a tradição, Moisés recebeu as
Tábuas da Lei, encontra-se o Mosteiro
Ortodoxo de Santa Catarina, mandado construir pela Imperatriz Helena de
Bizâncio e hoje dirigido por monges ortodoxos.
A origem do mosteiro remonta ao século IV dC, quando anacoretas perseguidos
pelas tribos bárbaras buscavam refúgio nas terras do Sinai. Ali são encontrados
ícones de São Sergio e São Baco representados
lado a lado, segurando, juntos, uma cruz. São venerados na liturgia
bizantina em 7 de outubro.
Em fevereiro de 2000, o Papa João Paulo II visitou o local.
Em fevereiro de 2000, o Papa João Paulo II visitou o local.
Ícones
Os ícones são sinônimo de Arte Sacra
Bizantina e estão em todas as Igrejas Ortodoxas espalhadas pelo mundo.
A palavra ícone vem do grego EIKÓN e significa imagem. No Oriente Cristão
-que não cultua estátuas - é uma imagem
pintada sobre madeira, com uma técnica especial.
O Império Romano do Oriente,também
chamado Império Bizantino era formado pela Península balcânica, Ásia
Menor, Síria, Egito e Cirenaica, com 20 povos de línguas e raízes diversas.
Bizâncio, fundada pelos gregos, tornou-se uma nova Roma e teve um
importantíssimo papel histórico
Os cidadãos que ali adotavam o cristianismo foram perseguidos por
ordem de Diocleciano (284 a 305).
O império romano do ocidente sucumbiu aos bárbaros no séc. VI, mas a parte
oriental sobreviveu até o séc. XV.
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