sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Quentin Crisp



Estava eu traduzindo,adaptando e ilustrando o excelente artigo do Dr.Shaun Cole sobre as interrelações entre moda e o movimento lgbt quando me deparei com citação a Quentin Crisp, Aí,me dei conta que até hoje não tinha dedicado nem um simples  espaço a ele aqui no blog.
Para reparar,aí vai uma minibiografia dessa figura ímpar.

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Descrito nas enciclopédias como escritor excêntrico e contador de histórias, Quentin Crisp ficou conhecido principalmente por sua autobiografia, intitulada The Naked Civil Servant,"Vida Nua" em português , que foi adaptada para o cinema em 1975, com John Hurt vivendo o papel principal.

Quentin, aliás, Denis  Charles Pratt,  nasceu no dia de Natal de 1909,em Sutton, Condado de Surrey, Inglaterra.
Foi o quarto filho de  
Spencer Charles Pratt  e de Frances Marion Pratt  .
Em torno dos  20 anos, saiu da casa da família e mudou-se para o centro de Londres, onde foi cultivar seu lado trans que chocava os conterâneos e provocava violentos ataques homofóbicos.

Estudou na  Kingswood House Scholl, ,ganhou bolsa de estudos para o Denstone Colege   e  ,depoism  foi matriculado no curso de jornalismo do King's College London 
Em 1928, deixou a facudade para seguir aulas de arte na Regent Street Polytechnic.
 Assumiu abertamente a homossexualidade- parte importante de sua produção- tanto nas artes visuais como nos textos impressos.


 Ainda jovem, quando adotou o pseudônimo,trabalhou como prostituto durante seis meses, nos cafés do Soho.
"Procurava amor", como disse em entrevista de 1999-mas "só encontrou degradação ". 
 Ao decidir se expor   em público maquiado, de unhas esmaltadas e sapatos altos, contava bem humorado, foi parado várias vezes nas ruas pela polícia. 

Mesmo sendo ridicularizado e sofrendo violência, continuou fiel ao seu estilo de vida.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, tentou se alistar no exército britânico,mas foi banido pelo Conselho Médico sob a alegação de sofrer de perversão sexual.
 Decidiu, então, permanecer em Londres.

Foi auxiliar de engenheiros, posou como modelo para artistas e escreveu durante todo esse período.

 Ali surgiu,sua obra mais famosa,  The Naked Civil Servant , detalhando sua vida e  homofóbica sociedade britânica homofóbica. Publicado 1968,teve  boas críticas, no geral e causou o interesse de Denis Mitchell para ser argumento de  um pequeno filme ,onde falava de sua vida,explicava suas opiniões e,ao mesmo tempo, cuidava das unhas.Foi o ponto de partida para uma série de televisão.
 Quando o livro foi adaptado para a televisão, Crisp tornou-se  artista e professor.  
Aos 72 anos, começou nova etapa na vida, com  a mudança para Nova York. que inspirou sua canção de sucesso  "An Englishman in New York". 

Continuou a trabalhar em turnês, gravações e leituras, incluindo instruções sobre como viver a vida com estilo e da importância de boas maneiras.  
Participou de  alguns papéis na televisão americana da década de 1990 
 Em 1992, fez o papel de Elizabeth I no filme Orlando. 
Depois de conhecer e se encontrar muitas vezes com Crisp  o cantor e autor Sting compôs para homenageá-lo   "An Englishman in New York." 
Palavras de Sting sobre a canção :

  "É parte sobre mim e parte sobre Quentin. Novamente, estava em busca de uma metáfora. Quentin é um herói para mim, alguém que conheço muito bem. Ele é gay e foi gay numa altura da história em que era perigoso sê-lo. Ele recebeu agressões diariamente, muitas vezes com a aceitação pública"


 
Quentin Crisp morreu em 21 de novembro de 1999,perto de seu 91º aniversário, durante uma turnê como one-man-show

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Tributos 
(direto da Wikipedia Portugal)


*Crisp foi o inspiração  de um retrato fotográfico de Herb Ritts e foi também descrito nos diários de Andy Warhol. 

*Na sua autobiografia de 1995, Take It Like a Man, Boy George discute como sentiu afinidade por Crisp durante a  infância, uma vez que enfrentavam problemas semelhantesmenquanto jovens,os homossexuais residentes numa zona homofóbica.

*Crisp foi ainda objeto da peça Resident Alien por  Tim Gountain  e protagonizado  por Bette Bourne   em 1999. 
A peça começou no  Bush Theatre,em Londres e foi transferida para o New York Theatre Workshop em 2001, onde ganhou dois Obies (por atuação e design). 

Ganhou ainda um Herald Angel (de melhor ator) no Festival de  Edimburgo, em 2002. Produções seguintes foram vistas ao longo dos Estados Unidos e Austrália. 
Um filme com o mesmo nome foi lançado pela Greycat Fim

*A canção The Ballad of Jack Williams (e outros três compositores) do ciclo de canções de Wikkian Finn,ELEGIES, , refere-se a ele.
Foi para o ar uma nova edição em 2009, do The Naked Civil Servant.

 Uma produção chamada An Englishman in New York,    documentava os anos mais tardios de Crisp em Manhattan. 

Trinta e três anos depois do seu primeiro prêmio por interpretar Crisp, John Hurt voltou a fazer o mesmo papel    O filme foi realizado pelo diretor britânico Richard Laxton  e fez a sua estreia no BERLINARE (o Festival Internacional de Filme em Berlim), no início de Fevereiro de 2009.  

*Anda em 2009, o sobrinho de Crisp, o realizador de cinema Adrian Goycoolea, estreou um pequeno documentário, Uncle Denis , no vigésimo terceiro Festival Londrino de Filmes Lésbicos & Gays. 
 O filme usou entrevistas da família e um nunca visto filme caseiro.  
*Goycoolea também criou uma instalação chamada Personal Effects juntamente com Crisperanto curador de Philip Ward no MIX NYC de 2010, que recriou o apartamente de Crisp em Nova York. 

 *Em 2013, o Museu de Artes e Design  teve um esptáculo durante 3 meses, sobre uma retrospectiva a Quentin Crisp chamada Ladies and Gentleman, Mr, Quentin Crisp. A retrospectiva consistia numa tela que passava entrevistas, os espetáculos de Crisp, documentários e outros filmes gravados "


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 De Sting para Crisp

https://www.youtube.com/watch?v=d27gTrPPAyk


"An Englishman in New York "

(filme completo em inglês)

https://www.youtube.com/watch?v=-asjrirawRM

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