quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O Papa e a homossexualidade- uma mudança de tom

 Francisco dá primeiro passo em direção à modernização e `a tolerância


 O Nouvel Observateur ,revista semanal baseada em Paris é a mais importante publicação de informação da França,  Desde 1964, cobre as áreas de política, negócios e economia e cultura - na Europa, Oriente Médio e África. Sua orientação  situa-se no campo mais geral da social democracia ,vertente voltada ao tratamento de questões referentes ao respeito, à liberdade e à justiça social.
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'"Quem sou eu para julgar os homossexuais? '
No avião que o levava de volta a Roma,depois da Jornada Mundial da Juventude aqui no Rio, o Papa Francisco falou abertamente sobre a questão da homossexualidade.
O "Nouvel Observateur" publicou matéria a respeito com Patrick Sanguinetti, presidente e porta-voz da Associação David e Jonathan,movimento homossexual cristão.
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Aqui está o texto que traduzi  :
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 N.O- O Papa Francisco declarou que não quer julgar os gays que "procuram o Senhor com boa vontade" É uma evolução?  
P.S Não há nada de novo sob o sol do Vaticano( parodiando o Eclesiastes).No catecismo offcial da Igreja Católica,redigido pelo cardeal Joseph Ratzinger – depois Bento XVI- está dito com clareza que a pessoa homossexual não deve ser rejeitada mas o ato,em si, é condenável.O que o Papa Francisco declarou está totalmente nesta linha. 
No entanto, é preciso reconhecer que depois de numerosos atos homofóbicos que aconteceram no debate sobre o casamento gay na França, estes propósitos moderados reconfortam. 
Assim,de memória,digo que nenhum Papa havia falado de maneira tão clara sobre o assunto.Existe uma mudança de tom,mas não uma revolução.
 N.O- Pode-se falar de um primeiro passo em direção aos homossexuais? 
 P.S-De certa forma,sim. Mudam-se as palavras pejorativas ditas por certos cardeais que alinham o casamento civil dos homossexuais com a poligamia ou com a pedofilia. 
Pela primeira vez estamos diante de uma proposta bem moderada.Dá a impressão que a Igreja toma consciência de sua grande dureza para com os gays. Talvez tenha,também,tomado consciência das palavras agressivas e injuriosas contra eles  
N.O-Depois das palavras apaziguadoras, que atos concretos vocês esperam do Vaticano? 
 P.S.-Em 2005,o papa Bento XVI deu uma instrução para que não fossem ordenados padres  os candidatos que tivessem tendências homossexuais profundas.
 Foi uma decisão grave- porque era o homossexual que estava sendo julgado.  Ao contrario de sue antecessor,o Papa Francisco dá a impressão de se importar com a condição deste indivíduo 
Esperamos que ele junte atos às palavras e reveja a instrução papal de 2005. 
Há ,no discurso do papa Francisco, uma tímida doçura franciscana que é bem-vinda.Que os homofóbicos da Igreja ouçam o Papa:é preciso parar de nos insultar,nos injuriar e de pensar que somos seres perversos e imaturos.  .
N.O.-O Papa  Francisco lembrou que "a homossexualidade continua a ser um ato desordenado" 
P.S.Sobre esta questão basta consultar o catecismo official da Igreja católica.Isso prova que ,no fundo,nada muda na politica do Vaticano e é por este motivo que estamos aguardando atos. Basta de hipocrisia.Pode-se ser homossexual e excelente padre.
N.O-O papa também condenou o "lobby gay ? Vocês se sentem atingidos?  
P.S.-Que o Vaticamo deixe o lobby gay fazer seu trabalho.
Existe o lobby católico com a Opus Dei . 
Nós queremos simplesmente ser um grupo de pressão que permita um dia mostrar que deve haver igualdade  entre seres humanos, sejam homo ou heterossexuais. 
Até que exista o reconhecimento do amor gay,haverá um lobby gay.Temos que nos organizar para que nossos direitos avancem e a homofobia recue. 
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A reportagem  é de Guillaume Stoll,publicada dia 30 de julho .

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