quinta-feira, 3 de julho de 2025

A "politica do filho único " na China

 

 

 "Sub-produtos " da  lei que vigorou entre 1979 e 2015,




 "Na China, a homossexualidade deixou de ser considerada como um delito em 1997, e em 2001 a Sociedade Psiquiátrica do país deixou oficialmente de a definir como uma doença mental.

Apesar de ainda ser um país quer ergueu muros de silêncio em redor deste assunto, tem-se vindo a notar um esforço por parte da população chinesa para uma maior abertura a esta tipo de questões".

(publicado no Diário de Notícias- Lisboa) 

**************

Sobre a lei:  a  intervenção oficial na vida privada dos chineses.

 Por quê foi,como foi e consequências  econômicas e sócio-antropológicas  



"Política do filho único foi uma política implantada pelo governo da  República Popular da Chin  (com exceção da província de Henan)- país que tem a maior população do mundo, com mais de 1 300 000 000 de habitantes - com o objetivo de reduzir o crescimento populacional  e, desse modo, facilitar o acesso da população do país a um sistema de saúde e educação  de qualidade. 

Lançada pelo governo chinês no fim da década de 1970, consistia numa lei segundo a qual fica proibido, a qualquer casal, ter mais de um filho. 
Casais que tivessem mais de um filho eram punidos com severas multas. Existem, hoje, cerca de 80 milhões de filhos únicos na China. 
Eles são conhecidos como pequenos imperadores. Em outubro de 2015, no entanto, o governo chinês aboliu a lei por conta do envelhecimeno   da população, ao passar a permitir até dois filhos por família.

Exceções

Apesar de ser chamada de "política do filho único", as regras oferecem uma série de exceções e ambiguidades, algumas existentes devido à ampla oposição ao limite.

 Por exemplo: em grande parte da China rural, a maioria das famílias pode ter um segundo filho, principalmente se o primeiro for mulher. 

Com alguns problemas encontrados ( ex :não  existiriam tantas pessoas para trabalhar no futuro, teriam que pagar muita aposentadoria, ou seja, a população ficaria cada vez mais idosa)  o governo  decidiu que se pelo menos uma pessoa do casal tiver um ou mais irmãos/irmãs , não poderão ter mais que 1 filho, porém, se os dois forem filhos únicos eles podem ter no máximo 2 filhos.

Consequências

A China calcula que a política do filho único evitou 400 milhões de nascimentos ao longo dos últimos anos e ajudou a quebrar a preferência tradicional por grandes famílias, que sempre perpetuou a  pobreza no país. 
Mas há sérias preocupações sobre os seus efeitos colaterais, como abortos  seletivos de meninas e um rápido  envelhecimento populacional  
Em razão da implementação desta política restritiva, o número de casos de abortos e abandono de crianças aumentou significativamente, principalmente naquelas do sexo feminino.

Abolição

Em outubro de 2015, a agência de notícias chinesa Xinhua anunciou planos do governo para abolir a política do filho único, permitindo agora que todas as famílias tenham dois filhos, conforme um comunicado emitido pelo Partido Comunista .

O movimento foi visto como uma contramedida para o crescente envelhecimento da população da  China 
Os críticos das restrições reprodutivas chinesas acolheram a mudança da política, mas afirmaram que a mudança da regra para dois filhos não acabará com esterilizações e abortos forçados, ou com o controle do governo sobre o nascimento de pessoas."

Da Wikipedia
********* 

sábado, 28 de junho de 2025

Dia do Orgulho Gay 28 de junho

 "Orgulho LGBT+ é o conceito segundo o qual lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e, por vezes, outros grupos tipicamente ligados à comunidade LGBT, como pessoas intersexo, devem ter orgulho de quem são e da identidade que possuem como parte de LGBT+.

A palavra orgulho é neste caso como um antónimo de vergonha, que foi usada ao longo da história para controlar e oprimir indivíduos LGBT+. 

Orgulho neste sentido é uma afirmação de cada indivíduo e da comunidade como um todo. O moderno movimento de orgulho gay começou após a Rebelião de Stonewall em 1969,"    TEXTO DA WIKIPEDIA


**********************************************

Meu texto :

Os 56 anos da Primeira Parada Gay- A "Marcha de Stonewall

 
O bar Stonewall Inn em setembro de 1969

"Rebelião de Stonewall foi uma série de violentas manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBTcontra uma invasão da polícia, que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no Stonewall Inn   em  Greenwich  Village,Nova York
Os motins são amplamente considerados como o evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT no país."
 

*********************************************




Conheça os protestos que originaram as Paradas há 40 anos.


Para o Inspetor Seymour Pine e sua equipe de 8 detetives lotados na NYCPD - a delegacia de costumes da cidade de Nova York - o plantão de 27 de maio de 1969 parecia ser o de uma sexta-feira como todas as outras.

Há muito o sindicato do crime chantageava os bares da cidade, em especial os bares gays do Greenwich Village. 
No Stonewall Inn, os proprietários: Tony (Fat Tony) Lauria e seu sócio, se recusavam a seguir a regra dos mafiosos e, por isso, o local era alvo de batidas policiais constantes. 

Após a visita dos tiras, como sempre rápida e rasteira, dois funcionários, 3 drag-queens e uma lésbica acabaram presos.



Os demais clientes foram intimados a deixar o local em fila indiana e a polícia destruiu, mais uma vez, a decoração.
Só restaria arregaçar as mangas e realizar o prejuízo. 


Mas aquela era a noite do funeral de Judy Garland, ícone da comunidade gay, e o local e arredores de Christopher Street e Sheridan Square estavam lotados.

O público, agitado, reagiu à arbitrariedade gritando palavras de ordem e logo uma pequena multidão se formou.
Quando a moça lésbica estava sendo escoltada, começaram os gritos de "pigs" (porcos) e uma chuva de latas de cerveja alvejou o camburão.

Depois de deixar os presos na delegacia, os detetives voltaram - desta vez com mais violência - ameaçando matar quem ousasse sair do Stonewall.


A luta pelo direito de permanecer no espaço do bar durou a noite inteira e, ao amanhecer do dia 28, cerca de 4.000 homossexuais estavam travando uma verdadeira guerra com a polícia. 
Durante 4 dias e 4 noites a batalha continuou e, finalmente, a polícia se retirou. 


Um mês depois aconteceu a primeira Parada pelo direito dos gays, que foi denominada "Marcha de Stonewall" 


Hoje, as celebrações se tornaram um ritual.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Aimée e Jaguar. Uma história de amor no Holocausto

 


 

           Além da vida e da morte 


Em Berlim, durante a Segunda Guerra Mundial,Lilly(Elisabeth) Wust, 29 anos,era o exemplo de mulher alemã,com foto do Fuhrer na parede,condecorada pelo Terceiro Reich pelos quatro filhos que teve e casada com um oficial nazista, vivendo a entediante rotina de uma dona de casa comum.

Felice Schragenheim (à esquerda na foto acima) era avançada para a sua época, jovem judia inteligente e culta. Trabalhando para um semanário nazista, escondida por um pseudônimo,passava preciosas informações para a Resistência.

O acaso uniu as duas mulheres e iniciou uma 

história que foi mais do que uma aventura de 

amor .

Lilly percebe que é o objeto de desejo de Felice, uma pessoa diferente de todas as que havia encontrado em sua vida.
 Felice
Com a convivência nasce um amor apaixonado.
As duas se encontram e se comunicam quase todos os dias,trocando cartas,bilhetes e poemas.Usam os nomes fictícios de Aimée (Lilly) e Jaguar (Felice)

 Lilly -Aimée
Ao saber que Felice era judia, Lilly não hesitou em pedir o divórcio e convidou a companheira para morar em sua casa.
A relação , temperada principalmente pelo humor de Felice nas correspondências ainda em poder de Lilly,mostra que o amor pode existir e sobreviver mesmo em situações extremas,dando sentido `a vida.
Estiveram juntas -da Primavera de 1943 ao verão de 1944-, porque Felice recusou a oportunidade de exílio para a neutra Suíça para não se separar de Lilly.

Após um delicioso dia de sol no campo, do qual restaram as últimas fotos de Aimée e Jaguar, a Gestapo invadiu a casa para prender a judia.

Apesar da busca desesperada, Lilly nunca mais teve notícias de Felice,que provavelmente morreu no campo de extermínio de Teresienstadt,atual República Tcheca.
Seu destino se mistura ao dos milhões de judeus que foram perseguidos,presos e exterminados nestes tempos cruéis que a Europa viveu.
Felice-Jaguar
Após o desaparecimento de Felice Lilly passa a colaborar -ela mesma- com a Resistência.

Em 1981 foi condecorada pela Alemanha Ocidental com a mais alta medalha destinada a civis a    Bundesverdienst Kross por ter escondido Felice e mais 3 mulheres judias durante a Guerra,
A escritora Erica Fischer contou em livro a história de Aimée e Jaguar, em 1996. 

O livro serviu como roteiro básico para documentários para a Tv francesa, para a BBC, para uma peça teatral suíça e para a película de mesmo nome dirigida por Max Färberböck,em1999,tendo Julianne Köhler como Lilly e Maria Schneider como Felice 

A crítica internacional aponta as cenas de amor do filme como das mais belas jamais exibidas nas telas.


Lilly Wust .ainda viveu décadas em Berlim, casou-se uma segunda vez ,mas sempre declarava nas entrevistas que permaneceu fiel em espírito a Felice até morrer (31/3/2006)



Lilly em seus dias finais

O filme alemão recebeu recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, de Melhor Filme Estrangeiro em 1999 
e as duas atrizes dividiram o prêmio de melhor desempenho feminino, no Festival de Berlim. do mesmo ano.

Aos 85 anos, a verdadeira Lilly Wust compareceu ao Festival de Berlim de 1999, para ajudar na publicidade do filme.

**** 

legendas em inglês

terça-feira, 3 de junho de 2025

Pierre Verger. Mensageiro entre dois mundos

  

 

 
             PIERRE VERGER (1902-1996)

Fotógrafo, etnólogo autodidata e  historiador especializado na cultura e religiões africanas.

  

"No Candomblé  se pode ser verdadeiramente como se é e, não, o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar”


*******
Há pouco tempo, tive a sorte (ou falta dela) de viajar uma fila atrás de um senhorzinho em cadeira de rodas que falava e falava sem se importar se alguém queria ouvir.


Somente ao desembarcar, no aeroporto de Salvador, pude ver a figura  e tive muita pena de  não ter sido a pessoa sentada ao  seu lado. 

Porque, à alegria de estar voando entre as nuvens aliviado de sua invalidez, acrescentou histórias interessantíssimas da sociedade, política e cultura da Bahia com franqueza que os (talvez) noventa anos ou mais permitem.


É para o passageiro desconhecido do voo Gol 1535 das 15 horas (e que nunca vai ler) que escrevo agora esta  mini-mini-minibiografia  de seu ídolo declarado (e meu também), Pierre Verger, o Fatumbi, uma celebridade LGBTQ.

 

No site da Fundação Pierre Verger, o leitor vai encontrar todas as informações, calendário de exposições, entrevistas, depoimentos, trabalhos universitários  e muito mais sobre o querido “mensageiro entre dois mundos”.


***************

 
Pierre Edouard Léopold Verger nasceu em  4  de novembro  de 1902, numa família da alta burguesia. Sempre na contramão do protocolo rígido do seu meio social nunca pode, no entanto, expressar seus verdadeiros valores.

Interessado em fotografia, decidiu romper depois da morte da mãe (1932), sua última ligação com o  passado: com uma mochila e uma  Rolleiflex, saiu pelo mundo. 


Seguiu para a  Córsega,1.500 km a pé, em companhia do fotógrafo Pierre Boucher, seu mestre na arte , com quem fundou (1934), a agência de fotógrafos independentes Alliance Photo.

Durante 15 anos viveu nas ilhas do Pacífico e cada etapa da viagem foi documentada e se constitui hoje um precioso testemunho sobre civilizações que estão quase acabando.


Em seguida, foi para os Estados Unidos, Japão, China (como correspondente de Guerra da revista Americana LIFE), Mali, Filipinas, Nigéria, atravessou o Saara, visitou o Togo, o antigo Daomé (atual Benin), as Antilhas, México, Guatemala, Equador, Peru (organizando material para o Museu Nacional de Lima) e a Argentina, sempre ganhando a vida como fotógrafo.


Dirigiu o Museu da Etnografia, hoje Museu do Homem, em Paris.


Os retornos à França eram apenas uma pausa para reencontrar amigos e preparar o próximo destino.

Verger já era um renomado cidadão do mundo quando, em 1946, ao chegar a Salvador, aconteceu um caso de amor à primeira estadia pela cidade e seus habitantes.

Começou a estudar a história e a cultura dos descendentes de escravos africanos.
Permaneceu fiel  enamorado da Bahia  e se dedicou a pesquisar os ritos religiosos afro-brasileiros  e a influência cultural e econômica do tráfico de escravos.


Em 1948, recebeu bolsa  para se aprofundar nos estudos africanos, especialmente os dos Iorubás, etnia que teve grande influência na cultura baiana. 


Fez inúmeras viagens entre a Bahia e  ao continente africano (Nigéria e Benin, mais especialmente).

 ***********
A relação com a cultura negra foi se aprofundando e superou o interesse intelectual. Cada vez mais ligado ao candomblé, tornou-se um iniciado, em 1953.
**
Recebeu o nome de Fatumbi (renascido pelo Ifá - ifás são os búzios, as conchas de adivinhação), tornou-se babalaô e  nesse patamar passou a ter acesso a todo o patrimônio cultural dos Iorubás, incluindo mitologia e conhecimentos de botânica para fins terapêuticos.


Foi Ogã dos terreiros Opô Afonjá e Opô Aganju.

Responsável pelo toque dos atabaques, o Ogã tem de ser bem preparado e coroado  para exercer a função, pois, além de ser médium intuitivo, é um Sacerdote nato, o que nasce com a função de falar por um Orixá, sendo seu instrumento puro.


Convidado pelo  Instituto Francês da África Negra  para conferências, falou sobre sua vivência naquele continente e expôs suas fotos.

Textos sobre culto de orixás, publicados em 1957, são a porta de entrada para o mundo acadêmico: a Sorbonne lhe confere o título de Doutor Honoris Causa. 


E  logo a ele, que tinha abandonado os estudos aos 17 anos.


Então colaborador e pesquisador de várias universidades, continuou a vida de  cidadão do mundo até o final dos anos 70, quando  decidiu se fixar para sempre em Salvador, onde se tornou professor da Universidade Federal da Bahia (1973), responsável pelo estabelecimento do Museu Afro-Brasileiro.


Em 1988, criou a Fundação Pierre Verger, no bairro Vasco da Gama, para preservar e difundir a obra que reuniu em 40 anos de viagens. 


A entidade sem fins lucrativos, guarda mais de 63 mil fotografias e negativos tirados até 1973, como também os documentos e correspondência.


Verger morreu durante o sono,  que na minha opinião é o fim dos eleitos dos Deuses, em 11 de fevereiro de 1996, na casa-Fundação, pintada com as cores de seu orixá Xangô. 


**************
Algumas Homenagens

Gilberto Gil é o responsável pelo documentário “Mensageiro entre dois mundos”, com roteiro de Marcos Bernstein, que mostra a vida e obra de Verger  e onde  estão sua última entrevista  e depoimentos de pessoas que o conheceram. 


Personalidades ou simples anônimos realçam suas qualidades humanas.


Enredo do  GRES União da Ilha do Governador, no carnaval do Rio de Janeiro, em 1998. A letra do samba enredo letra fala da Trajetória de Pierre Verger a Fatumbi. 


Jérôme Souty publicou um ensaio muito documentado sobre a obra e a vida de Verger : “Pierre Fatumbi Verger. Du regard détaché à la connaissance initiatique”, Paris: Maisonneuve & Larose, 2007 (520p. 144 fotos, em francês).

Em 2009, Salvador recebeu mostra de Pierre Verger,  durante o Ano da França no Brasil. Em seguida, a exposição “De um Mundo ao Outro – Pierre Verger nos anos 30” itinerou pelo nosso país.

 

******************************************
Joahbson Borges, último assistente, foi escolhido e  apontado pelo próprio Verger como sucessor natural. 

Fundação   site:pierreverger.org


Fundação Pierre Verger site:pierreverger.org

domingo, 25 de maio de 2025

Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil

 Olhar acadêmico focaliza a menor das minorias





Zapeando , anos atrás,sem compromisso, achei uma pérola rara para observação sócio-antropológica: numa emissão Fiocruz pela NBR estavam sendo entrevistados o sociólogo sueco Don Kulick (foto)e a antropóloga Miriam Goldenberg (autora,entre outras obras, de "A Outra: um Estudo Antropológico sobre a Identidade da Amante do Homem Casado", 1990, Editora Revan). 

Falavam sobre a trajetória do primeiro, que dividiu seu tempo com treze travestis, durante um ano, alugando um quarto de casa de cômodos no Pelourinho, Salvador, Bahia.

Falavam, também ,do livro que resultou dessa experiência: Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil


A pesquisa de campo da tese foi financiada pelo Conselho Sueco para a Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. Don agradece também aos militantes baianos,  que o levaram até Keila Simpson, a quem é dedicado o livro. Keila é maranhense, ex-presidente da ANTRA, associação que congrega outras travestis.
Ela serviu de professora de português e parceira de trabalho, tornando-se ao final, amiga pessoal de Don. 
O livro  retrata o dia a dia ,entre 1996 e 1997, do grupo que serviu como base do trabalho acadêmico.

 Os personagens são observados quando se preparam para sair, enquanto esperam seus clientes e na volta para casa - quando explicam as particularidades de cada programa. 

O texto mergulha fundo no imaginário das travestis e mostra detalhes comoventes da vida da que chamo menor das minorias. 
São seres humanos tão discriminados que mesmo a comunidade acadêmica,tão ávida de temas, lhes dedica pouquíssimas teses e trabalhos. 
A noite de autógrafos da edição brasileira aconteceu ano passado no IFCS -Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, aqui no Rio. 

Don Kulick, que é gay (o que, segundo ele, facilitou muito a sua aceitação na comunidade trans) é Mestre em antropologia pela Universidade de Nova York, escreveu originalmente seu trabalho em inglês e o publicou pela primeira vez em 1998.
                             Curiosidade explícita  
Nesses meus muitos anos de militância pelos direitos humanos em geral e pela não homofobia em qualquer nível em particular,uma curiosidade  nem sempre apenas latente está no ar quando, em palestras e reuniões sobre o tema , surgem as famosas perguntas sobre a diferença entre transexual e travesti.
Os sociólogos "da antiga" associavam uma espécie de conforto social ao uso de indumentária feminina – comportamento que julgavam também conectados com homossexualidade e fetichismo.
A legendária monografia de Magnus Hirschfeld (1868-1935) publicada em 1910, define o travestismo como uma escolha particular. A partir daí, ensaios começaram a ser publicados em revistas médicas e aumentaram a visibilidade do tema. 
                                   A tese de Benjamin
 Em 1954, o psiquiatra norte-americano Harry Benjamin (1885-1986) procurou estabelecer a diferença: enquanto o transexual não aceita seu sexo biológico, tentando adequá-lo ao sexo emocional, o travesti aceita e convive com as possibilidades de seu corpo, ficando assim mais em contato com sua sexualidade. 

Os órgãos genitais são o centro de seu prazer, como para qualquer outro homem. 
Os estudos de Benjamin sugeriam, inclusive, que um travesti não é necessariamente um homossexual. 

Se o homem hétero que aprecia o travestismo tiver uma companheira tolerante - o que é muito raro - pode resolver suas necessidades psicológicas dentro casa mesmo. 

Com freqüência maior que se imagina, muitos travestis, casados ou solteiros, estão circulando por aí vestindo lingerie feminina, por baixo de seus ternos e gravatas. Para um transformista profissional, entretanto, usar roupas femininas faz parte do trabalho
.                       A contribuição de Don Kulilck 
Enquanto lia o livro,(foto da capa) esqueci que era uma tese acadêmica. 

O texto me envolveu como o de qualquer bom romance. 
Falando pouco ou nada de português, o autor observava com muito mais requinte as posturas corporais e percebia como transcorriam as relacões afetivas.
A interação com o grupo foi completa. 
Don conta que Keila tinha grande orgulho em levá-lo de braços dados à padaria próxima para que todos pensassem que ela tinha arranjado um gringo. 

Ele comenta a opressão dos travestis pelo Estado naquele período, a relacão com a Aids e a introdução no Brasil do silicone que começava a ser utilizado indiscriminadamente e viria a trazer tantas tragédias.
Anos depois da publicação do texto americano, as coisas haviam mudado, vivenciando um momento raro. 
Primeira vez lançáva-se um olhar governamental às claras e em público sobre a cidadania das travestis e transexuais.
A EDITORA FIOCRUZ está de parabéns e os que militam por um Brasil sem xenofobia e respeitoso às diversidades, igualmente,pois nada é para sempre. 

Além das informações preciosas que contém, o livro é um charme: o acabamento gráfico da capa é primoroso e o marcador, super criativo, é uma fitinha do Bonfim estilizada.
  ***************************************************************** 

quarta-feira, 21 de maio de 2025

'Thriller', clipe de Michael Jackson , já completou 40 anos



 

Com 12 minutos, vídeo lançado em dezembro de 1983 tinha efeitos especiais marcantes e homenagem a mitos do terror, como lobisomens e zumbis. Clique abaixo para conferir:





Michael Jackson em cena do clipe de 'Thriller' — Foto: Divulgação Michael Jackson em cena do clipe de 'Thriller' — Foto: Divulgação
Michael Jackson em cena do clipe de 'Thriller' — Foto: Divulgação



Quarenta anos depois de sua estreia, o videoclipe "Thiller", do astro Michael Jackson (1958-2009), continua sendo uma referência histórica para a música, um ponto de mudança nas produções audiovisuais do pop.
"Quando a MTV exibiu 'Thriller', de Michael Jackson, neste mesmo dia no ano de 1983, esse curta-metragem mudou o gênero dos vídeos musicais de cabeça para baixo para sempre", diz uma mensagem publicada na conta oficial do cantor no Twitter.

O Rei do Pop morreu em 2009, aos 50 anos, após uma overdose de remédios.
Dirigido por John Landis, conhecido pelo sucesso em filmes como "Os irmãos cara de pau" (1980) e "Um lobisomem americano em Londres" (1981), o clipe de "Thriller" revolucionou as regras da promoção musical e se tornou rapidamente um fenômeno mundial.

Graças a espetaculares efeitos especiais, uma coreografia bastante recordada e imitada, além de um ambicioso enredo, "Thriller" prestava uma homenagem a mitos do terror, como zumbis e lobisomens em um videoclipe de 12 minutos de duração.
"Thriller" ganhou o Grammy de melhor vídeo musical longo e também conquistou três prêmios no MTV Video Music Awards (VMA).

Além disso, o clipe foi incluído em 2009 no Registro Nacional de Cinema da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos por ser considerado como o "vídeo musical mais famoso" da história.

O clipe contribuiu de maneira notável para o extraordinário sucesso do álbul "Thriller", que tinha sido publicado em novembro de 1982. Além da música de mesmo nome, o disco continha enormes sucessos, como "Beat It" e "Billie Jean".

Segundo a última atualização da Associação da Indústria da Gravação dos EUA (RIAA), publicada em agosto, "Thriller" é, com 33 milhões de cópias, o segundo álbum mais vendido da história nos EUA, só atrás de "Their Greatest Hits", do The Eagles, que vendeu 38 milhões de discos.

(fonte : Wikipedia )

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Leonard Bernstein

  

Cinebiografia de Leonard Bernstein, Maestro, indicada a 7 categorias no Oscar 2024, é estrelada  e dirigida por Bradley Cooper.

 

            *************************************

Maestro americano (entre os maestros mais importantes de sua época),compositor, pianista, educador musical, autor e  benfeitor.






***

  Trecho de West Side Story,com regência do próprio Bernstein.A canção transformou a história dos musicais da Broadway.

clique aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=srb2EyvTSGw


 *******

Leonard Bernstein nasceu em 25 de agosto de 1918, em Lawrence, Massachusetts, com o nome de batismo  Louis,para agradar a avó

Mas sempre foi chamado de Leonard.

Aos 16 anos ,oficialmente ,adotou esse nome.

 Era filho de Samuel e Jennie Bernstein, casal de imigrantes vindo da Ucrânia.

O pai, assim que chegou aos Estados Unidos, começou a trabalhar como limpador de peixes. 

Este pai prosperou,mudou de ramo e ,de vendedor de perucas, passou a ser um próspero distribuidor de produtos de beleza.

 Leonard aprendeu que sucesso nos negócios era fundamental e que música, arte e cultura eram ocupações menores.

Foi uma  criança tímida e doente e se apaixonou pela música depois que uma  tia deu para a família  um piano vertical ,velho e desgastado pelo tempo.


 INFLUÊNCIAS

Juventude

Durante seus estudos, Leonard Bernstein conheceu Dimitri Mitropoulos, que despertou nele o desejo de se dedicar à regência e Aaron Copland que despertou a atração por compor e divulgar a música americana.

Mais tarde, durante as aulas de verão (em 1940 e 1941) em Tanglewood, foi Serge Koussevitzki quem deixou a sua marca no jovem talentoso. Ele identifica seu potencial e o contrata como assistente.

Bernstein também é fascinado por Gustav Mahler (1860-1911) de origem judaica, que como ele, foi compositor, pianista e maestro. 


SURPRESAS DO ACASO

Em 1943, Leonard Bernstein tornou-se regente assistente da Filarmônica de Nova York.

 Uma surpresa do acaso acelerou o início da carreira : ele teve que substituir Bruno Walter em cima da hora, durante um show transmitido pela rádio, sem ensaio. 

Bernstein foi excepcional naquela noite e, dia seguinte, aos 25 anos, tornou-se celebridade em todo o país


A partir daí, aconteceu a mais brilhante das carreiras de maestro do século XX.


O INTÉRPRETE

Bernstein  trabalha na América, Europa e Ásia,regendo música dos seus contemporâneos ao mesmo tempo em que revisita os grandes autores, do barroco à música do século XX. 

Primeiro maestro americano a se tornar diretor da Filarmônica de Nova York, foi convidado para o La Scala de Milão.

Como pianista, atua como solista e em música de câmara. 

Deixou mais de 400 gravações e inúmeros vídeos. 

ENGAJAMENTO


Músico engajado,preocupado com os problemas sociais do seu tempo, esteve presente em momentos históricos, como a celebração da queda do Muro de Berlim, quado regeu a Sinfonia nº 9 de Beethoven em cada lado do muro.

Desaprovou abertamente a guerra lançada pelos Estados Unidos no Vietnam, apoiou a integração das minorias e o movimento pelos direitos civis. 

Em 1970, causou escândalo ao organizar com sua esposa Felicia uma noite de apoio à Pantera Negra, uma organização política afro-americana.


O COMPOSITOR

Musicais, sinfonias, balés, música de câmara, música sacra, melodias, obras para piano, maestro e professor, Leonard Bernstein ,se destaca em todos estes gêneros. 

Lida com diversos estilos com facilidade - jazz, pop, música clássica, popular, folclore, coral religioso - que mistura em músicas representativas da América do século XX,


 

Compôs a trilha de "West Side Story", "Amor, sublime amor".no Brasil, filme  ganhador do Oscar em 1962, com 29 vitóriais e 11 indicações  em festivais ao redor do mundo.

VIDA AFETIVA

maestro e a atriz costarriquenha Felicia Montealegre   se conheceram durante uma festa em 1946, três anos depois dele ter sido convidado para reger a Filarmônica de Nova York.Ambos em início de carreira.

Em 1951, casaram-se  e  tiveram três filhos, Jamie, Alexander e Nina. 

Foi uma relação turbulenta,repleta de traições, principalmente com homens.

Ele a deixou em 1976 para viver sua homossexualidade, depois voltou para o antigo lar para cuidar dela durante o câncer que a acometeu, até a morte, em 16 de junho de 1978.

Trecho de uma carta de Felicia,mulher admirável:

Felicia

"Você não admite a possibilidade de uma vida dupla, mas se a sua paz de espírito, a sua saúde, todo o seu sistema nervoso dependem de um determinado padrão sexual, o que você pode fazer?... Estou disposta a aceitá-lo como você é, sem ser mártir... vamos tentar ver o que acontece se você for livre para fazer o que quiser, mas sem culpa e confissão." 

TEMPOS FINAIS

Sua última apresentação pública foi em Tanglewood, dia 19 de agosto de 1990 com a Orquestra  Sinfônica de Boston, numa performance de "Four Sea Interludes" de Benjamin  Britten e da Sétima Sinfonia de Beethoven


Bernstein fumou muito por um longo período de tempo, e por isso ,teve enfisema desde a metade da década de 1950.

Morreu de infarto agudo do miocárdio causado por um mesotelioma, cinco dias depois de se aposentar,em 14 de outubro de 1990, aos 72 anos,em Nova York.

 *******************************

A "politica do filho único " na China

     "Sub-produtos " da  lei que vigorou entre 1979 e 2015,   "Na China, a homossexualidade deixou de ser considerada como um...