sábado, 15 de junho de 2019

Teatro Décio de Almeida Prado vira Centro Cultural da Diversidade ( da VEJA SP)



Dirceu Alves Jr.

Tudo sobre teatro

 O produtor André Fischer, criador do Festival MixBrasil, assume a coordenação do espaço localizado no Itaim, que terá programação voltada para público LGBT

Uma sala de espetáculos mantida pela prefeitura e localizada no movimentado bairro do Itaim, com capacidade para 186 espectador, é bem pouco conhecida do público.

 O Teatro Décio de Almeida Prado, inaugurado em 2008 pela Secretária Municipal de Cultura, ganha um impulso gradual a partir do dia 28 com a posse do produtor e jornalista André Fischer como novo curador da programação. Fischer é o idealizador e responsável pelo Festival MixBrasil, que, há duas décadas, agita a cena alternativa da cidade e se estende a outras capitais.

Dentro dessa nova proposta, o Teatro Décio de Almeida Prado passará por uma transformação contínua que o fará parte do Centro Cultural da Diversidade, que já inclui a vizinha Biblioteca Anne Frank e dará prosseguimento ao trabalho desenvolvido pelo espaço expositivo do Museu da Diversidade Sexual, no Metrô República.

“É fundamental nesse momento uma inciativa que valoriza a diversidade”, diz Fischer. “Vamos colocar em foco a cena LGBT, mas também queremos dialogar com grupos de raça e identidade de gênero.”
Teatro Décio de Almeida Prado 

O lançamento da nova cara do Décio será em 28 de junho em uma homenagem aos 50 anos da Rebelião de Stonewall, que reuniu manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York. A programação, no entanto, já dá sinais de aquecimento. O espetáculo Somos Todos Tão Jovens, dramaturgia de Vinicius de Oliveira dirigida por Ricardo Grasson, pode ser conferido aos sábados, às 21h, e domingos, às 19h, até o dia 23, com ingressos a R$ 30,00.  Na sexta (14), às 21h, houve última apresentação de Eu Sei Exatamente como Você se Sente, coletânea de monólogos dirigida por Inês Aranha e Zé Henrique de Paula, que está no elenco ao lado de Fabio Redkowicz, Paulo Olyva e Pedro Silveira. 

Na sequencia estão agendados as montagens A Bacia de Proust, com Márcio Gomes, e Café com Trauma, que mostra o encontro de drag queens em um grupo de apoio para falar sobre traumas relacionados aos estereótipos de masculino e feminino.

O curador André Fischer ainda anuncia a realização de sessões semanais de cinema e encontros literários, todos seguidos de debates.  

Milk, protagonizado pelo ator Ed Moraes, a partir da biografia do ativista gay americano Harvey Bernard Milk, deve ser uma das atrações do segundo semestre. A peça tem dramaturgia de Michelle Ferreira e direção de Georgette Fadel.

Em setembro e outubro, o grupo Teatro da Pompagira vai ocupar o espaço, espalhando-se pelo jardim com performances e eventos ao ar livre para dar início ao diálogo com a vizinhança. Fischer também pretende promover festas no fim de tarde dos fins de semana e, para isso, conversa com empresas localizadas no entorno das avenida Faria Lima e Juscelino Kubitschek.

 Várias deles possuem núcleos voltados para a diversidade. “Estou fazendo um esforço de caseiro. Minha intenção é chamar o maior número de pessoas possível para conhecer esse prédio tão agradável e que eles passem a frequentá-lo”, completa Fische

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