terça-feira, 5 de junho de 2018

Homofobia na Confeitaria

 Suprema Corte americana dá ganho de causa a confeiteiro que se recusou a fazer bolo para casamento gay



"Bolo não tem gênero nem orientação sexual"

( o texto  abaixo, orignal, foi publicado no El País de ontem,4/6/2018)

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"A Suprema Corte dos Estados Unidos deu razão nesta segunda-feira ao confeiteiro do Colorado que em 2012 recusou-se elaborar um bolo nupcial para o casamento de dois homens, alegando que isso violava suas crenças religiosas. 
Os juízes ampararam o artesão por uma maioria de sete a dois, ao considerar que a Justiça do Estado não tinha sido neutra, mas evitaram se pronunciar sobre o mérito da questão, ou seja, se uma empresa tem o direito de não atender clientes homossexuais usando a religião como argumento.
A sentença estava fadada a ser um divisor de águas na história dos direitos civis, como a que legalizou o casamento gay em todo o país a partir de um caso concreto e a que proibiu a segregação racial em espaços privados

Mas os juízes evitaram emitir uma opinião geral sobre onde acaba a liberdade religiosa e onde começa a discriminação aos homossexuais na prestação de serviços.
 Mesmo assim, foi uma derrota para a comunidade LGBT que nos últimos tempos viu várias conquistas sociais retrocederem.
O fato

Charlie Graig e Dave Mullins
Charlie Graig e Dave Mullins foram em julho de 2012 à confeitaria de Jack Philips em Lakewood, um subúrbio de Denver (Colorado), para encomendar o bolo do seu casamento. 
Philips recusou-se, argumentado que isso violentava suas crenças, e o casal o denunciou à Comissão de Direitos Civis, que lhe deu razão. 
A Justiça estadual ratificou a decisão em 2015. Mas o confeiteiro levou o caso à Suprema Corte, e nesta segunda-feira saiu vitorioso.
O mais alto tribunal dos EUA é composto por uma maioria de nove juízes conservadores, mas a sentença saiu com o apoio também de dois dos quatro considerados progressistas. 
A decisão favorável ao dono da confeitaria Masterpiece Cakeshop se baseia no que os juízes consideram ser um viés antirreligioso da Comissão de Direitos Humanos do Colorado, que foi a primeira instância a multar o confeiteiro. 
“O tratamento deste caso tem alguns elementos de uma clara e intolerável hostilidade contra as sinceras crenças religiosas”, afirma o juiz Anthony Kennedy no voto majoritário. Entretanto, salienta que “o resultado de casos como este em outras circunstâncias deve aguardar uma maior elaboração da Corte”.
É ilegal que um comércio recuse um cliente em função de sua raça, religião ou orientação sexual. Mas, em sua argumentação, o confeiteiro Jack Philips se define como artista e apela à liberdade expressão, a primeira emenda da Constituição, para defender seu direito de não elaborar um bolo nupcial para homossexuais. Não os discrimina, diz, porque está disposto a lhes vender qualquer outro doce. Cita como exemplo que tampouco elabora bolos com motivo de Halloween ou com mensagens ateias.

O argumento esbarra no fato de que o bolo de  Halloween tem a ver com o bolo em si, independentemente de quem o compre, sem importar sua raça, religião ou orientação sexual. Mas os bolos nupciais para casais gays não existem como tal, pois um bolo não tem gênero nem orientação sexual. Philips se recusa a elaborar para dois homossexuais o mesmo bolo que faz para um casal heterossexual. 

Sua negativa não tem a ver com o produto, e sim com a orientação sexual de quem o quer servir em seu casamento. O conflito não teve a ver com o desenho do bolo, já que, como reconhece a Suprema Corte, as partes não chegaram a falar sobre isso, pois a recusa de Philips foi imediata e explícita: não fazia bolo para casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
Ao não se pronunciar sobre o mérito da questão, a Suprema Corte deixa no ar o que vai ocorrer com outros casos semelhantes que seguem pendentes, como o de floristas, desenhistas e fotógrafos que se recusaram a trabalhar em casamentos de pessoas do mesmo sexo. 
Em seu voto vencido, as juízas progressistas Sonia Sotomayor e Ruth Bader Ginsburg advertem que, independentemente do que se possa pensar das declarações de “um ou dois” membros daquela comissão do Colorado que a Suprema Corte questiona, elas não deveriam se sobrepor ao fato de que Jack Philips se negou a fazer um bolo de casamento para um casal, e o motivo é que eram homossexuais."
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Inacreditável  isso acontecer em pleno final da segunda década do século 21.Temo pelo que pode vir a chegar aqui para nós.....


sábado, 26 de maio de 2018

Ed Wood, o filme & Ed Wood minibiografia & curiosidades



Diretor Tim Burton 1994
Johhy Depp como Ed Wood


Clique aqui, filme dublado em português
 https://www.youtube.com/watch?v=-WqNjBm_5Pkhttps://www.youtube.com/watch?v=-WqNjBm_5Pk


"Um retrato exótico da vida de Ed Wood (Johnny Depp). Focando os relatos nos anos 50, quando o diretor se envolveu com um bando de atores desajustados, incluindo um Bela Lugosi (Martin Landau) em fim de carreira. Durante esta época, ele produziu filmes de péssima qualidade, que o fizeram passar para a história como o pior diretor de todos os tempos."

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Da Wikipedia:
Edward Davis Wood, Jr. (10 de outubro de 1924-10 de dezembro de 1978   foi um produtor e diretor americano de filmes de terror, ficçao científica e eróticos. . Seus trabalhos se destacaram pela inventividade frente aos limitados recursos técnicos e orçamentários dos quais dispunha. Com  efeitos especiais   considerados um tanto quanto duvidosos no que diz respeito à qualidade, tinha cenas muitas vezes apresentadas de forma descontínua, com reaproveitamento constante de material não utilizado em outras produções.
O que de certa forma evidencia que para este diretor a principal  liguagem era a imagética e não a linearidade do assunto em questão, o que acabava por gerar, segundo muitos especialistas do gênero, planos peliculares sem um sequenciamento cronológico padrão e tramas que seguiam este mesmo molde. Wood foi responsável pelos últimos filmes de  Bela Lugosi o célebre intérprete do Conde  Drácula, de quem o diretor era grande admirador.
Ed Wood foi considerado por muitos  críticos " o pior cineasta" de todos os tempos e do planeta inteiro. Apesar do descrédito por parte dos críticos de cinema, seus filmes acabam por manter um certo ar  humorístico, contando hoje em dia com uma legião de fãs.

Cena de Plan 9 from Outer Space com o ator  Tor Johnson, com a expressão facial que se tornou conhecida como máscara de Halloween.

O filme de maior sucesso de Ed Wood foi filmado em 1956 sob o título original de Plan 9 From Outer Space (Plano 9 do Espaço Sideral). Muitos adoradores do cinema trash o celebram como um clássico cult Na época de seu lançamento, no ano de 1959, Plano 9 do Espaço Sideral foi considerado o pior filme de todos os tempos.
Ed Wood costumava trabalhar com os atores caricatos como Tor Johnson (ex-lutador de luta livre sueco, cuja face se tornou uma máscara popular nas festas de Halloween) e o místico Criswell. Wood tinha obsessão por Maila Nurmi , atriz finlandesa que usava o nome de Vampira em um programa de TV que apresentava. Wood escreveu vários papéis para ela, mas Maila só aceitou filmar "Plan 9 From Outer Space". E mesmo assim, sem falas, conforme se viu no
filme  de Tim Burton de 1994 sobre o diretor.

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Do site francês www.nanarland.com, '
"o site dos maus filmes simpáticos"

 Ed Wood começou a trabalhar em estúdios  depois da 2a guerra mundial guerra, onde -aliás-  distinguiu-se como um pára-quedista  no Pacífico ( com dois ferimentos e uma medalha por bravura no currículo), já admitindo vestindo roupas íntimas femininas sob seu uniforme.  
Nos anos 50 anos, começou a ser notado no ambiente de Hollywood com filmes curtos e artesanais,westerns c  peças teatrais.  

Um verdadeiro showman,  se autodefinia escritor-diretor-produtor, como Orson Welles, seu ídolo. E bateu em todas as portas de estúdios procurando financiar seus projetos.Um produtor pobre lhe confia a realização da biografia de um transexual.  
O orçamento era ridículo (ele nem tinha autorizaçao para filmar em Los Angeles e precisava correr quando a polícia chegava,)mas participou de corpo e alma a que se tornaria sua primeira obra "oficial":
 "Glen ou Glenda", transformando o personagem em um heterossexual apaixonado por roupas femininas, um papel que ele .obviamente ,interpretou.  
Este filme ,tão importante para Wood, foi também o momento em que conheceu aquele que se tornará seu ator favorito: Bela Lugosi.
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Lugosi era uma estrela ...  vinte anos atrás
 Marcado para  sempre  pelo papel de vampiro, o velho ator húngaro nao encontrava nenhum papel  pois o medo de que os antigos monstros góticos da Universal.voltassem.

 Arruinado, viciado em morfina, ele é reduzido a nada em seus últimos papéis, participando de comédias pesadas no estilo Abbott e Costello.  
A conselho de sua ex-esposa,  concorda  em aparecer neste filme,preocupado com o roteiro . Wood  o tranquiliza, colocando-o num cenário  gótico e lhe dá o papel de narrador.  
Uma verdadeira amizade começa entre os dois homens. 
Já que Glen ou Glenda  foi um desastre nas bilheterias, Ed retorna ao seu primeiro amor: o western. Tenta a sorte como roteirista e produtor de uma série para a televisão contando as aventuras de Tucson Kid, um investigador de uma companhia de seguros no oeste selvagem.  
O projeto falha após dois episódios.  

Ed o converteu então no filme  "The Jail Bait", para  Sam Arkoff, um dos grandes produtores de filmes B de baixo orçamento da época.  
O papel do bravo inspetor é ocupado por um jovem fisiculturista desconhecido: Steeve Reeves!  
O mesmo Steve Reeves, que vai ter fama e glória no papel de Hercules nos anos 60 ,na Itália.  
O filme, nunca lançado na França, infelizmente tem a reputação de ser profundamente entediante.Wood então embarca no que será sua trilogia do pior do terror. Buscando financiar um grande filme de fantasia estrelado por Lugosi, ele bate em todas as portas concebíveis, organizando coquetéis com potenciais financiadores,  mas é recusa depois de recusa.
 Parece que este também é o momento em que ele começa a ficar cada vez mais focado na bebida para compensar seus repetidos fracassos.  

Ele finalmente acaba recebendo dinheiro ... de um açougueiro! Únicos requisitos  do investidor :que o filme tenha uma explosão atômica e que o filho do diretor do matadouro, que nunca fez cinema, tenha o papel do protagonista ... 
De qualquer forma, ele já  havia oferecido o papel de heroína para uma jovem atriz inexperiente que também investiu suas parcas economias no filme, o que lhe custou  fim do casamento com Dolores Fuller, sua segunda esposa, que seria a estrela, inicialmente. 

Ed Wood se lança nas filmagens de A Noiva do Monstro. Seu método de trabalho é particularmente assustador: Lobo (Tor Johnson, um lutador que interpreta o monstro) sacudiu as paredes de papelão do laboratório passando por uma porta ,Lugosi se atrapalha os diálogos  e ,na cena final, o cientista louco interpretado por Lugosi é devorado por seu polvo mutante. 
 Tendo polvo mecânico  sido usado para um filme  mais rico ( "O Despertar da Bruxa Vermelha", com John Wayne), percebem depois que  se esqueceram de levar motor que movimenta  a fera.

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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Um time para a comunidade LGBT na Dinamarca

Este texto foi publicado na seção esportiva do UOL
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    Time de natação do Pan Idraet, conhecido como "Sereiras de Copenhague" em ato LGBT
"Quarto país com melhor índice de desenvolvimento humano no planeta, a Dinamarca baseia sua estrutura esportiva em clubes sociais que usam quadras, piscinas e campos do governo para suas atividades. 

Entre as mais de 14 mil agremiações do país, uma teve maior destaque em 2015. Focado no atendimento ao público gay, o Pan Idraet, de Copenhague, atende 850 pessoas em 27 esportes diferentes e foi premiado neste ano pelo seu destaque em termos de desenvolvimento social.
 
A atuação é basicamente amadora, mas o objetivo do clube é fortalecer a integração em diferentes modalidades e criar um ambiente seguro para os homossexuais do país. Embora não seja limitado ao público LGBT, o Pan Idraet tem, majoritariamente, gays e lésbicas como sócios.


"Nós temos alguns jogadores de badminton e nadadores que estão na elite do esporte dinamarquês, mas esse não é o foco do Pan Idraet. Nosso maior objetivo é qualidade de vida. 

A oferta de programas para gays geralmente está associada à vida noturna e consumo de álcool. Isso acarreta muitos problemas. Os índices de depressão na comunidade LGBT são muito maiores que entre pessoas heterossexuais, por exemplo", disse Christian Bigom, vice-presidente do Pan Idraet.


O prêmio ganho pelo clube é relevante e mostra que o objetivo vem sendo alcançado. Em uma cerimônia realizada em setembro, a Associação de Clubes da Dinamarca (DGI, na sigla em dinamarquês) destacou, por exemplo, a campanha contra o consumo de cigarros que o Pan Idraet promove paralelamente à prática de esporte.

Além disso, a variedade de modalidades chama atenção. 

A agremiação oferece aulas de patinação a rúgbi, passando por natação, tênis e nado sincronizado, entre vários outros.

 "Dentro da comunidade LGBT nós somos o maior clube disparado. Em se tratando de clubes esportivos, tem outros bem grandes também, mas somos uns dos poucos que oferecem tantos esportes. A maioria foca em uma ou outra modalidade", disse Bigom.


A missão, é claro, é bastante mais fácil na Dinamarca, país onde ex-namoradas não têm problema ao assumirem o relacionamento em uma seleção. 

Em Copenhague, que recebeu os Out Games (espécie de Olimpíada voltada ao público gay) em 2009 em parceria com o Pan Idraet, casar e adotar crianças com pessoas do mesmo sexo não é mais um tabu tão forte. 

Foi a intolerância, no entanto, que levou os atletas LGBT a montarem um clube só deles.

"Hoje nós somos bastante aceito pela comunidade, mas não foi sempre assim. O Pan Idraet foi fundado em 1984 por nadadores gays que foram expulsos das piscinas públicas porque as pessoas tinham medo de se contaminarem com o vírus HIV", disse Bigom. 
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quinta-feira, 19 de abril de 2018

"Das Lila Lied" - "Canção Lilás"

 


A janela de tolerância aberta pela República de Weimar permitiu o funcionamento de clubes, sociedades, bares para a comunidade LGBT.
Em 1921, aconteceu a primeira conferência internacional para reforma sexual, com base científica: "Erste internationale Tagung für Sexualreform auf sexualwissenschaftlicher Grundlage" (ufa!).

Neste clima, Das Lila Lied, a "Canção Lilás" foi criada por dois ainda desconhecidos autores, que, mais tarde, teriam enorme êxito.

A letra é de Kurt Schwabach e a música é do russo Arno Billing, pseudônimo de Mischa Spoliansky. Ambos dedicaram a canção a Magnus Hirschfeld(1868-1935), médico e sexólogo alemão, pioneiro na defesa dos direitos dos homossexuais.

Lilás é a cor que tradicionalmente representa o movimento.

Ouça a interpretação da alemã Ute Lemper, cantora e atriz (1963 ) em andamento tipo música de cabaré - com letra alegre e leve, traduzida para o inglês.

clique aqui:
foi criada por dois ainda desconhecidos autores, que, mais tarde, teriam enorme êxito.

A letra é de Kurt Schwabach e a música é do russo Arno Billing, pseudônimo de Mischa Spoliansky. Ambos dedicaram a canção a Magnus Hirschfeld(1868-1935), médico e sexólogo alemão, pioneiro na defesa dos direitos dos homossexuais.

Lilás é a cor que tradicionalmente representa o movimento.

Ouça a interpretação da alemã Ute Lemper, cantora e atriz (1963 ) em andamento tipo música de cabaré - com letra alegre e leve, traduzida para o inglês.

clique aqui:

sábado, 3 de março de 2018

Homossexualidade no mundo animal: golfinhos,adoção entre casais do mesmo sexo e poliamor

 alguns dos exemplos relatados neste texto foram obtidos a partir de matéria da revista "Epoca " de 2/3/2018
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Os golfinhos são, talvez, os mais simpáticos entre os animais com quem convivemos.
E há mais um motivo   para que nós, cariocas, os amemos: eles
estão presentes em    nossa bandeira,representando  a cidade marítima.

Pertencem à categoria  de mamíferos aquáticos, ou mamíferos marinhos, adaptados a um estilo de vida semi-aquático.
Pertencem, também, `a sub-categoria cetáceos -  animais socialmente conscientes, que vivem em família e  se comportam de forma única : ensinam, cooperam, planejeam e ,às vezes,  até choram.
Adaptados à água, os mamíferos marinhos trazem  características da sua evolução,milênios afora, do tempo em que viviam, em terra firme.

A bióloga e escritora francesa Fleur Dagey, em  Animaux homos:histoire naturelle de l'homossexualité (Animais homos, uma história natural da homossexualidade-ainda sem tradução em português),encontrou curiosos casos de diversidade sexual.

Embora em qualquer espécie a proporção de héteros seja
maior que a de gays,entre os golfinhos a proporção é de 50%. 
A escritora encontrou relatos de relacionamento entre animais do mesmo sexo em mais de 1500 espécies diferentes.
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Os golfinhos machos começam  a "namorar" na adolescência e,uma vez formado o casal, seguem fiéis pelo resto da vida. 
Esta é a essência da  parte masculina da espécie: formar alianças.
Juntos, existe mais possibilidade de encontrar uma fêmea para relacionamento hétero e reprodução.

Adoção e Poliamor

cisne negro
* Adoção de filhotes por casal do mesmo sexo é fato corriqueiro o mundo animal.

*A Dra Dagey relata em seu livro o caso do cisne negro australiano.Um macho copula com a fêmea e ela é expulsa do ninho depois do nascimento dos filhotes, que são criados com outro macho.

*Uma espécie de gaivota larga o macho e forma um ninho com outra fêmea .
Ostraceiro

*Entre as aves de plumagem branca e preta e bico vermelho, os ostraceiros, existem famílias formadas por 3 adultos-ou dois machos e uma fêmea ou duas fêmeas e um macho-que se esmeram os cuidados aos ostraceirinhos.


Sobre o prazer 


Fleur Dagey defende que a sexualidade o mundo animal não é restrita à reprodução, o prazer é um um dado importante e exemplifica com os atos da alimentação e da cópula : quando busca comida,também vem junto o prazer de comer-além da necessidade de obter nutrientes.para sobreviver.

E  quando fazem sexo, os animais não estão "pensando " em ter filhos para dar continuidade à espécie.Buscam o prazer,instinto básico, tornando a sexualidade tão diversificada.


Sob este aspecto, penso, estão muito `a frente do racionai e preconceituoso
 homo sapiens.

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Do site BBC Brasil :Assessora de ministros sai do armário aos 91



 "Eu realmente aprecio o fato de que, na minha idade, posso ser totalmente livre com as pessoas. Acho que corro um pouco o risco de me tornar um ícone gay!", diz Barbara Hosking, que decidiu assumir sua homossexualidade aos 91 anos.
Como funcionária pública, a inglesa trabalhou para dois primeiros-ministros britânicos, Edward Heath (1970-74) e Harold Wilson (1964-70 e 1974-76), e também foi uma executiva de televisão.
Combateu o sexismo em toda sua carreira, tendo defendido equiparação salarial entre homens e mulheres e brigado para estar na mesma sala durante algumas reuniões.
Em entrevista à BBC Radio 5,  explicou o motivo de nunca ter falado de sua sexualidade para a sua família.

"Meus pais não teriam entendido e teriam ficado chocados.

 Eles me amavam muito, mas meu pai era um homem à moda antiga, convencional. Minha mãe provavelmente teria pensado que foi uma escolha difícil e infeliz para eu ter feito. Na verdade eu tenho sido muito feliz. Tive uma vida plena."

Hosking mantém um relacionamento homossexual há 20 anos e decidiu revelar isso publicamente ao escrever sua autobiografia, com o título Além dos meus limites: Memórias de uma Desobediente Funcionária Pública (em tradução livre).


"Os homens tiveram um grande momento libertador quando as leis (que proibiam a homossexualidade) mudaram e eles não corriam mais perigo de serem presos ou, mais antigamente, serem mortos (por causa da orientação sexual)", diz ela. "As mulheres nunca tiveram isso, mas é extremamente difícil - você pode facilmente ser relegada ao ostracismo."
A inglesa se mudou da Cornuália para Londres aos 21 anos, em busca de uma carreira no jornalismo.
e se integrou ao escritório de imprensa do Partido Trabalhista e passou a servir como assessora de imprensa de Edward Heath e Harold Wilson.

Igualdade salarial

 Hosking, que já soube de subordinados que ganhavam salário maior que o seu, diz estar desanimada com o fato de as mulheres terem de continuar lutando por igualdade profissional.
"Acho isso chocante. Por que é tão difícil pagar salários iguais? (A desigualdade) acontece em vários lugares, (mas) poderia ser resolvida."
 Ela lembra de mulheres sendo convidadas a se retirar da sala após um jantar de alto nível em Bruxelas.
"Eu respondi 'Sinto muito, eu preciso voltar. Estou com meu ministro, sou sua secretária particular'.
E eles disseram: 'Você não pode fazer isso, as mulheres se retiram para os homens então poderem discutir'. E eu disse: 'Ele não será capaz de fazer isso sem mim, eu fiz todo o trabalho para isso'", conta. "Me disseram que eu viraria tema de conversa em Bruxelas no dia seguinte (por causa dessa postura)."

 
Barbara  torce para que o movimento #MeToo, que começou com os escândalos de Hollwood e se espalhou por todo o mundo trazendo denúncias de assédio e abuso sexual vivenciados por mulheres, seja um divisor de águas, mas não esconde certo ceticismo. "Pode haver uma mudança cultural, mas é algo difícil", opina. "No passado, (o assédio) era algo que você suportava e guardava para você. Você dava um tapa na mão deles (homens) ou dava um bom empurrão. Acho que você poderia dar uma joelhada se fosse o caso."

Ela também diz lamentar o Brexit, já que esteve com o primeiro-ministro Edward Heath quando ele assinou o Tratado de Roma, em 1957, que lançou as bases para a formação da União Europeia.
"Eu votei para que o Reino Unido permanecesse na União Europeia. Que grande tiro no próprio pé (é o Brexit). As pessoas queriam mudança, então foi fácil culpar a imigração ou a Europa, como se não fossemos parte da Europa."
Por fim, ela revela sua estratégia de longevidade: vinho tinto. "Bebo duas taças por dia. Meu médico sabe e diz que está tudo bem". ""

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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A história de Chaz Bono









"Chaz Salvatore Bono (nascido Chastity Sun Bono em 4 de março de 1969) é um ativista dos direitos LGBT,escritor,ator e músico americano . Bono é o único filho dos entertainers americanos Cher e Sonny Bono, ainda que ambos tenham filhos de outros casamentos"


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O canal Discovery Home & Health apresentou  um emocionante dcumentário sobre   Chaz e sua trajetória de filha lésbica de ícones do show business americano a transexual. 
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 Chaz Bono cresceu praticamente nos palcos  e,aos 3 anos, estava no The Sonny and Cher Comedy Hour onde,vestida com miniaturas das roupas da mãe,desejava boa noite aos espectadores no final do show .Teve uma adolescência comflitada, usando répilcas das roupas do pai,alvo perfeito para colunas de fofocas e paparazzi. 


Em 1987, após a formatura na High School for Performing Arts em New York,saiu do armário para os pais e para a família,ao se declarar lésbica
Com a exposição nacional que teve desde criança,também se tornou porta-voz dos direitos humanos (Human Rights Campaign (HRC) e  da comunidade LGBT (Gay and Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) e seu comportamento coerente angariou a tolerância do público.

Apesar da imagem moderninha que tentavam passar em seus dias de estrelas da rock music os pais não eram assim tão solidários.Divorciado de  Cher em 1975, Sonny Bono tornou-se empresário em Palm Springs e, depois,Prefeito e conservador membro do que seria a nossa Câmara de Deputados Federais,votando sempre contra o avanço dos direitos civis para os gays
Morreu em 1988. 
Cher continuou sua carreira de atriz e cantora, sempre cercada de gays mas com grande dificuldade de aceitar sua filha lésbica.Apesar de alguns problemas, a família  se mantém unida,principalmente os mais jovens-irmãos de outros relacionamentos dos pais.

Ativismo

Nos anos 90,Chaz participou do grupo de rock Ceremony,nos vocais e na guitarra acústica.
A banda lançou o album  , Hang Out Your Poetry( 1993).
Em 1995,  foi capa da revista The Advocate com uma entrevista bombástica como lésbica.
 
Cher  passou a aceitar melhor a situação e deu-ela mesma- outra famosa entrevista de capa na The Advocate,saindo do armário como mãe gls e apoiando os direitos da comunidade.
O pai não foi assim tão amigável e quando morreu,não tinha tido contato com  Chaz  durante dois anos.

  Começou aí uma carreira pública de ativista. Tornou-se  colaborador da The Advocate,e porta-voz dos direitos humanos LGBT.
Escreveu dois livros baseado em sua experiência de vida:
, Family Outing: A Guide to the Coming Out Process for Gays, Lesbians, and Their Families (1998) e  The End of Innocence: A Memoir (2003).

No livro The End of Innocence, Chaz  conta a experiência de  "ser tirado"do armário pelos tablóides sensacionalistas e a morte de sua parceira Joan vitimada por um cancer. 
  Transição


A transição começou em 2008 quando Chaz se submeteu a uma série de cirurgias estéticas e tratamentos hormonais mais intensos.

Nesse momento, contou com  o apoio da companheira,na foto ao lado-grande mulher que ama além das aparências e das convencões sociais-.da madrasta e, enfim, da mãe.
Aproveitou a exposição na mídia para conscientizar o público sobre a necessidade de aceitar as diferenças

Em 2010, pelas leis da California, obteve o direito de trocar de gênero e nome, agora Chaz Salvatore Bono.
(nome do meio em homenagem ao pai)
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Diretas já -40 anos

    A CAMPANHA QUE MOBILIZOU O BRASI L    Quando os militares deram o golpe de estado em 1964, trataram logo de garantir sua longevidade no ...