quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Gabriela Mistral








  Poetisa e diplomata chilena, Prêmio Nobel de Literatura 


Ninguém é profeta em sua terra 

Gabriela Mistral viveu muito mais tempo no exterior do que no Chile. Tornou-se destacada educadora , esteve no México colaborando na reforma educacional daquele país, nos Estados Unidos e na Europa. Aplicou no sistema educacional do Chile elementos e métodos que compilou nessas viagens .
Foi professora convidada nas universidades de Barnard, Middlebury e Porto Rico. Durante de vinte anos, a partir de 1933, trabalhou como cônsul do Chile em cidades como Madrid, Lisboa e Los Angeles, entre outras.
 

Em 1941, chefiou a representação de seu país em Niterói, então capital do antigo estado do Rio de Janeiro.
Morou em Petrópolis, cidade distante 75 km do Rio,onde foi vizinha de rua do escritor alemão Stefan Zweig e sua esposa Lotte.Foi a primeira pessoa amiga a chegar ao local quando da morte do casal .
Ia passando pela rua, viu a aglomeração, entrou, reconheceu os corpos.

Foi neste período de tragédias que ocorreu o suicídio por ingestão de arsênico do sobrinho -ou filho adotivo? ou biológico? - Juan Miguel, o Yin Yin, que abalou os pilares da estrutura de sua vida. 


 Em 12 de dezembro de 1945, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura das mãos do Rei Gustavo da Suécia.Veja o vídeo de parte da cerimônia

http://www.youtube.com/watch?v=mEMwnoCy6TA

Consul do Chile em Los Angeles e, em seguida em Santa Barbara, ali comprou uma casa com o dinheiro do prêmio.

A partir de este momento, a França lhe concedeu a Legión d’Honneur e editou antologias de sua obra, a Italia o Doutorado Honoris Causa da Universidade de Florença e Cuba, a medalha Enrique José Varona da Asociación Bibliográfica y Cultural de Cuba.

Somente seis anos depois, em 1951, ganhou o Prêmio Nacional de Literatura de seu país.


Traduzida para o inglês, francês, italiano, alemão e sueco, teve grande influência na produção de escritores latino-americanos. Seus poemas escritos para crianças são recitados e cantados em muitos países.

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Gabriela Mistral é o pseudônimo da poeta, jornalista, educadora e feminista Lucila Maria del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, nascida em 7 de abril de 1889, em Vicuña, Chile, filha de Juan Jerónimo Godoy, professor e de Petronila Alcayaga, costureira e bordadeira.
 

Dias depois do nascimento, a família se mudou para a aldeia La Unión, hoje Pisco, e, mais tarde, para Montegrande.
Lucila cresceu entre as canções de sua mãe, que viriam a ser um elemento importantíssimo em sua poesia, e a ausência do pai que logo abandonou a família.

 Alfabetizada por Emelina, irmã mais velha - filha de outro casamento de Petronila, que dava aulas numa escola rural - dedicou-se aos estudos e tornou-se professora primária.
 

Na escola rural de Parral foi seu aluno o menino Neftalí Reyes Basualto, neto de um latifundiário, mais tarde conhecido pelo pseudônimo Pablo Neruda e também ganhador do Nobel de Literatura.

Em 1914, após o suicídio do noivo, começou a escrever poesia.
Foi premiada nos Jogos Florais Chilenos pelos seus sonetos sobre a morte e, para concorrer, escolheu o pseudônimo Gabriela Mistral em homenagem ao escritor provençal Frédéric Mistral e ao italiano Gabrielle D’Anunzio.
 

Na época, era professora no Liceu Feminino da Província de Los Andes. Ausente na cerimônia de premiação, Gabriela Mistral foi chamada várias vezes ao palco, mas como era conhecida como Lucila Godoy, ninguém identificou a vencedora.
Ao seu primeiro livro de poemas, Desolação (1922), seguiram-se Afeto (1924), Podando (1938), Imprensa (1954) e outros.



Morreu em 10 de janeiro de 1957, em Nova York, após dolorosa luta contra um câncer no pâncreas e, segundo seu desejo, está sepultada em Montegrande, no Chile,junto aos restos mortais do adorado Yin Yin.
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Durante muito tempo, foi considerado um escândalo falar do relacionamento de quase dez anos entre Gabriela Mistral e Doris Dana.
Gabriela e Doris

Mas, ao morrer em 2006 aos 86 anos, Doris tradutora e crítica literária, amiga, secretária, última companheira e herdeira universal da poetisa chilena Gabriela Mistral, guardava em 168 caixas, entre outros documentos, 250 cartas de amor recebidas durante o tempo em que viveram juntas.

O material, cedido pela sobrinha de Doris Atkinson, foi organizado por Pedro Pablo Zegers, famoso intelectual chileno e responsável pelo Arquivo do Escritor da Biblioteca Nacional do Chile.
A Editora Lumen publicou as cartas em 2009, com o título, “Niña errante: Cartas a Doris Dana”.
O livro causou muitas controvérsias porque desnuda e expõe a figura de “Mãe da Pátria”, até hoje ligada à memória de Gabriela.
Segundo Jaime Quezada, presidente da Fundación Premio Nobel Gabriela Mistral, as cartas demonstram o fervor, ternura, amor e paixão que existiu entre as duas mulheres, desde outubro de 1948.

Doris Dana, quase uma sósia da atriz americana Katherine Hepburn, acompanhou Mistral até seus últimos dias e ficou encarregada de cuidar dos bens deixados pela companheira.
A devoção comum pelo escritor alemão Thomas Mann foi o ponto de partida para o poderoso vínculo que uniu as duas mulheres excepcionais, começado como uma relação de aluna e professora - Doris era 31 anos mais nova que Gabriela.

O livro tem um epílogo da sobrinha da herdeira Doris Atkinson. Sem fazer qualquer tipo de interpretação das cartas, revela alguns aspectos da tia, sua juventude, beleza e forte personalidade que seduziram uma das maiores figuras literárias do século XX.


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